sexta-feira, dezembro 20, 2002

Isso nem foi falta de assunto, é o excesso! Se eu for falar o que tenho prá falar vai dar coisa que não tem fim, então a gente fala umas besteiras só prá fugir do importante.
O médico quer que eu fique com peso nos dois dígitos. O problema é que ele é médico e eu engenheiro, ele acha a solução difícil e eu resolvo de cabeça: Se quer dois dígitos e eu estou com 112 é só usar potencia de dez, fica então 11,2 x 10 a dois.
Eu escreví esta bobagem toda? Não acredito!
Hoje meu peso estava em 106,8 Kg, amanhã é dia de 4 km.
Não estou passando fome e estou comendo muito pouco porque me convenci dos riscos que estou correndo. Já fiz isso antes quando parei de fumar há vinte anos, passei um ano me convencendo da importância de parar e quando parei foi prá valer. Espero que agora funcione tambem.
Já emagreci quase seis quilos! Em tres semanas! Mas daqui prá frente o ritmo deve cair bastante.
O momento é de expectativa com a viagem de amanhã.
Ainda não está bem combinado como faremos o arranjo das viagens, mas talvez eu vá de carro prá chácara com o do meio e a mulher vá de onibus prá casa dela com os outros. No Natal eu vou prá lá, passamos a festa juntos e voltamos todos prá chácara para uns dias lá e se eles embalarem ficam uns dias comigo ou então voltam antes de onibus.
Meu desejo é que fiquem lá comigo. Podemos planejar uns passeios na região e transformar um período ruim em algo bom.
É só não dar zebra né?
Acho que o sistema só começou o horário de verão hoje pois são 9:42 e ele postou como 9:42!
Ontem estava uma hora atrasado, eu postei 4:19 e saiu 3:19 PM

Menos mal.
Estou terminando de arrumar a fábrica.
Ontem o pessoal já deixou a produção limpa e agora eu estou liquidando com o serviço no escritório.
Tenho que dar um pulo na roça prá combinar serviço na minha ausência.
Agora é uma correria só.

Vendemos tudo que tinha e até o que não tinha, a carteira de janeiro já está ficando complicada, especialmente na primeira semana do nosso retorno.
Ainda bem!

quinta-feira, dezembro 19, 2002

Não posso esquecer da melhor notícia do dia!
Meu filho conseguiu vender a casa. Foi um péssimo negócio porque ele acabou trocando cebola, mas foi um ótimo negócio pois se livrou de um péssimo negócio.
Só quero ver o negócio realmente terminado. O comprador foi na Caixa ajeitar a transferência da dívida.
Demos um toque no filho prá ele voltar prá casa e ele não se fez de desentendido.
Aos poucos as coisas voltam ao seu eixo.
Hoje eu andei um bocado e estava muito bem, mas do meio do dia prá cá meu coração tá meio rebelde.
Acho que vou logo. Bem antes do planejado.
Quem sabe uma panela de pressão ?
Mentira, ela gosta de nos ver contentes. Ela vai ter o agrado dela também.
Não dei uma Makita prá minha mulher e acho que ela não gostou muito das Makitas que eu e meu pai ganhamos...
Comprei uma Makita prá mim e gostei muito!
Isso eu acho que não tinha falado.
Dei uma Makita pro meu pai e ele gostou muito.
Será que já contei isso ?
Depois não vou lembrar, então vai hoje mesmo:

Esse mundo já teve muito cara bom como o Ghandi, Victor Hugo, Jesus Cristo e o Dalai Lama.
Antagonicamente eu, que sou ruim o ano inteiro, nesse momento dou uma trégua e torço muito pela paz entre as pessoas.

Feliz Natal e que em 2003 os de má vontade deixem em paz os homens de boa vontade.

Comprei prá Jô um dvd do Skank em Ouro Preto. Lá tem uma música sobre uma cerca cuja posição é contestada pelo vizinho e aí o pau come numa lavação de roupa-suja sem fim.
É o tal negócio, a vida imita a arte!
Hoje é último dia de trabalho, estou dando coletivas até sei de janeiro. Vai dar uma boa aliviada nas férias do pessoal, só que custa uma grana!
Estamos levantando tudo, se vier outra enchente não terá correria.
Eu pretendo passar o tempo todo na chácara tentando tornar a casa um pouco habitável. A bagunça e sujeira lá é incrível, vou fotografar tudo antes de começar.
Ontem liguei prá chácara e peguei o povo de calça curta.
A Tia disse que a mudança está prevista para hoje, mas que eles não estavam contando prá ninguem :-)
Gravei todo o telefonema, está muito interessante, qualquer dia eu transcrevo aqui.
Programei viajar prá lá no sábado o segundo vai comigo. Falei com meu irmão e na semana ele dá um pulinho lá tambem.

quarta-feira, dezembro 18, 2002

Daqui a pouco vou ligar prá chácara e ver como as coisas estão por lá.
Depois eu conto.
Hoje passei pela madereira e encomendei tábuas prá preparar uma plataforma onde colocaremos as coisas da fábrica mais alto prevenindo-se de uma enchente.
Estou com um péssimo presentimento de que este ano vem outra e pode ser até pior que a de 2000!

terça-feira, dezembro 17, 2002

Desculpe, foi uma recaída, realmente às vezes dá vontade de desaparecer..
Os tres quilos se foram em duas semanas, se pudesse manter este ritmo em 72 semanas eu desapareceria.
Hoje caminhei uma hora e quinze e já emagreci tres quilos, estou com 109.
Boa Notícia !
Regularizei a situação dos meninos com a Unimed. Não, o problema não é grana, é que os sacanas fecharam o escritório local e agora temos que mandar os documentos em carta registrada. Estou na maior briga com eles e já juntei 2500 usuários prá me ajudar!

Banzai !
Ontem bem à noite meu filho veio nos visitar, disse que o caso da multa da biblioteca foi porque houve um roubo na casa dele e ele pensou que o livro tivesse sido roubado tambem, só depois de um mes ele descobriu que o livro estava lá. Logo depois ele fez um acordo com a escola para anistiar a multa em troca de doações para a biblioteca literária e desta forma a multa não é devida e ele vai conversar lá para retirar este débito.
Quanto às prestações da casa ele informou que está com sete atrasadas! Mas que hoje deve aparecer um comprador.
Aconselhei-o sobre os critérios para estimar o valor que ele deve pedir não se esquecendo da urgência desta venda.
Combinamos que hoje ele almoça em casa e a mãe está preparando um almoço especial para o filho, ou melhor, para os filhos, já que o segundo está chegando hoje.

segunda-feira, dezembro 16, 2002

Só para ter uma idéia de sua negligência, hoje fui acertar sua escola e descobri que tem uma multa de 73,00 referente à multa por atraso de entrega de um livro na biblioteca da escola, 27 dias.
Na quinta dia 12 eu finalmente consegui conversar com meu filho. Durante mais de duas horas falamos sobre a situação dele, ele apresentou uma relação muito precária das suas dívidas, anotadas em uma folha de papel sem mesmo constar a origem de cada valor.
Ofereci pagar suas despesas acumuladas e até o início do próximo ano, quando ele espera regularizar seu horário na empresa e poderá cumprir seus compromissos. Eu lhe disse que em contrapartida ele deverá prestar contas de todas as suas despesas, com comprovantes, durante os próximos seis meses apresentando também o seu contracheque.
Esta foi uma tentativa desesperada de tentar ajudá-lo a controlar seu ímpeto na esperança de criar um hábito de diciplina financeira.

Estou ciente de que minhas chances de sucesso são quase nulas porque ele apenas está me usando, como sempre.

quinta-feira, dezembro 12, 2002

Hoje estou pagando uma conta de R$ 360, do meu filho.
Foi uma funilaria de um corsa que ele abalroou na cidade onde o do meio estuda.
Deu um pré datado e não provisionou fundos.
O cara sofreu demais para encontrar o meu filho, teve até que vir de carro até aqui.
Dá dó as consequencias de quem é inconsequente.
Meu pai ligou e disse que ontem houve uma briga entre ele e minha prima.
Ela está impossível.

Depois conto mais

sexta-feira, dezembro 06, 2002

Impressionante a clareza com que observei a alteração da minha pressão diante de fatores emocionais.
A conversa com meu filho foi cordial e serena. Como estava sendo monitorado pelo "mapa" < medidor ambulatorial de pressão arterial > pude perceber que minha pressão que estava em 14x8 subiu solenemente para 16x10. Imagina se estivéssemos brigando!
Ontem consegui falar com o mais velho.
Foi um monólogo onde ele escutou sem manifestar emoções.
Disse apenas que quando for oportuno vai se pronunciar, que reconhece seus erros e o mal que está causando a várias pessoas mas que antes precisa se "desarmar".

Francamente, se depois de tudo de errado que ele fez, de toda ajuda que vem recebendo ele ainda não se desarmou, quando isso irá ocorrer?

Pai sofre!

quarta-feira, dezembro 04, 2002

Ontem falei com o patrão do meu filho. Ele disse que chegou a mandá-lo embora cerca de um mes atras. Mas ele implorou tanto que ganhou uma nova chance e agora está que é só elogios.
Pedi que ele me ajudasse no desafio de disciplinar suas contas e ele topou, disse que vai aconselhá-lo a baixar o facho e procurar o pai para resolver o problema.

Eu nem imagino o tamanho do problema financeiro dele, esta semana puxei o cadastro dele na Serasa e constam 9 cheques sem fundo, como o cheque é especial fico imaginando quanto ele está devendo no banco.
O pior é que ele, na maior cara de pau, falou que não tem dívidas no banco.

Por que?
Entreguei o monitor cardíaco, o resultado só chega em oito dias.
Os exames de sangue ficam prontos hoje, tem um que vai demorar uma semana
Dia Memorável !

Hoje minha neta fez xixi e cocô sem fralda e no lugar certo.
Ela estava sem fralda e de repente começou a falar "xixi", minha mulher tirou sua calcinha, ela foi até o box agachou e fez direitinho.
Um pouco depois ela foi sózinha, tirou a calcinha e fez cocô, tambem no box.

Evidentemente agora podemos comprar um piniquinho prá ela

terça-feira, dezembro 03, 2002

O Aluízio filho do Zézinho não topou tocar a Chácara do estado de SP.
Acho que ele perdeu uma grande oportunidade.
Vou contratar o Vítor e não quero que o Carrolho ponha mais o pé na roça
O imbecil do Carrolho está pescando escondido no meu lago prá trocar por pinga na venda do Zé Pereira.
O Zé Pereira é o maior gatuno e, pasmem, foi eleito vereador!

É verdade, não tem nada demais nisso.
Esse aparelho acaba com o sossego da gente.
Quero ir logo prá casa e tentar me refrescar e logo dormir.
Dormir com isso instalado. Como?
Até agora está um bom dia, liguei pro meu pai e soube que já começou a obra do alambrado, deve ficar pronta ainda esta semana. O cara tá com pressa sô!
Não entendo minha mulher, concordou que iríamos fazer exame toxicológico nos filhos e agora disse que acha desnecessário. Haja coração!
Ontem fui à cardiologista e batemos um longo papo.
Ela pediu um monte de exames e receitou um tal de Natrilix para segurar minha hipertensão
Hoje já coloquei um tal de router para monitorar meu coração por 24 horas e já tirei sangue para ver tudo aquilo, colesterol, trigliceres,ácido úrico e sei lá mais o quê.
Depois do almoço tenho que voltar para retirar outra amostra de 2 horas após a refeição.
Ontem fiquei sabendo que o Carrolho está pescando no meu lago. Morri de raiva do FDP.

segunda-feira, dezembro 02, 2002

Chuva incrível. Tenho que levar a mulher para uma consulta e nem sei se vai dar prá chegar lá...
Agora fiquem à vontade para julgar.
Como é que fica isso lá na página?
É sempre bom conhecer os dois lados da mesma coisa.
Então aí vai outro lado de uma coisa que já mostrei o meu lado.



Viver

Acordei às 5 e 15, me arrumei, fiquei lendo o livro do cortiço até dez pras seis, (5:50), estava um tempo meio chuvoso, peguei minhas coisas e saí de casa pra ir pro Colégio. Não encontrei a Nat na casa dela, continuei andando, veio a idéia de não ir pra aula, o tempo estava bem melhor, algumas pessoas já tinham dito que não iam à aula mesmo, e as poucas que iam não são lá pessoas que eu goste de estar junto, tinha aula de biologia que é um tanto cansativa, e seria como da outra vez que só teve correção de exercícios, que na outra aula repetiu , enfim resolvi ir pra PA, entrei no ônibus, conversei com a Nan, comentei que queria voltar mais cedo pra ver meus amigos do Grupão, fui dormindo.

Cheguei em PA, andei pela cidade, repensei em ir à aula, vi que já era tarde, estava andando já fazia uma hora, fui para a rodoviária, sentei em um baquinho e li mais uma parte do livro enquanto o tempo passava, chegou a hora de ir, eram nove e meia, no ônibus dormi novamente, quando estava quase chegando aqui ( ) acordei, desci, fui devagarinho pro grupão.

Chegando lá subi as escadas e procurei a biblioteca, encontrei a supervisora, aproveitei pra fazer uma parte do meu trabalho de biologia, ela me perguntou pouca coisa, nem da pequena se falou, disse apenas que o que eu precisasse poderia encontrar num armário que lá estava. Gastei um bom tempo .

Logo que saí fiquei na escada principal pra poder encontrar a Laí, não demorou muito e ela desceu, junto estava a turminha de sempre, conversamos sobre nós, sobre o que andava acontecendo na cidade, como foi a festa da Jú, ela me falou da escola, fomos pra praça, sentamos e ficamos esperando o resto das pessoas chegarem, depois disso, esperei o horário pra ir embora, encontrei uma turma do colégio SM e desci, vim pra casa me preocupando se meus pais sabiam que não tinha ido à aula, para despreocupar pensei que não tinha sido nada de mais. O que significou apenas minha ignorância.

Cheguei em casa, parecia tudo normal, só minha mãe que estava um pouco estranha, mas já tinham dias que eu chegava e nem cumprimentar ela cumprimentava, achei normal, brinquei um pouco com a Pequena e me sentei pra almoçar, logo meu pai chega, conversa com minha mãe e se senta também, passado alguns minutos pergunta como foi minha aula, a primeira coisa que me veio foi a aula de Química, que já sabia que não iria ter, então inventei que teve aula da Rosa no lugar dele, só que já me veio na cabeça que ele sabia da arte, não me vinham mais idéias, já havia mesmo mentido, veio um silêncio, perguntei como deveria guardar o carrinho da Pequena, afinal no silêncio não dava pra ficar e continuar mentindo menos ainda. Enfim, minha mãe informou que tinham ligado do colégio pra dizer que não estava presente nas aulas, me senti enroscada, não tinha mais saída, meu pai começou a fazer perguntas, fiquei sem respostas, enquanto eu estava tendo a manhã do jeito que eu queria e da maneira que eu achava que não estava prejudicando ninguém, tinha minha mãe cuidando da Pequena e meu pai trabalhando, sabia que seriam esses os argumentos, e argumentos mais do que justos, o pior de tudo foi saber que menti mais uma vez, e vi que são de coisas muito bobas, que surgem meus problemas, problemas que como disse meu pai, sou eu mesma quem provoco, pra matar minha curiosidade, pra estar juntos de algumas pessoas e longe de outras matei minha chance de conquistar a confiança de meus pais, aí sim descobri que tudo estava perdido, poderia ter feito como o meu irmão que simplesmente disse que não queria ir à escola e ficou em casa dormindo, lógico que sei que tenho outros compromissos e dormindo é que não iria ficar, mas isso também por culpa minha. Bom, depois que meu pai falou tudo que eu tinha que ouvir, fiquei a tarde inteira pensando em cada palavra, parecia que minha vida não tinha sentido, fico o tempo todo me inspirando em outras pessoas pra tentar ter o que quero, pensei no que tenho atualmente, uma filha que nunca quis ter, uma escola onde não queria estar, com pessoas que não queria estar, com amigos que quase não vejo, e quando vejo é as escondidas, tenho também boas roupas, boas fontes de conhecimento, uma casa confortável, com todos os tipos de acessórios que alguém pode querer, mas não estava bem, sempre que estou alegre pensando nos mil passos que dei pra frente, numa bobeira, caio num buraco que me levam setenta mil passos pra tras, pensei no quanto estava sendo egoísta, mas que não dava, não queria mais ter que passar por tudo isso, e mais do que isso, não queria que outras pessoas se prejudicassem por minha causa, tem gente que aproveita tão bem a vida, e eu sei q se não tivesse mentido todas as vezes que menti não teria que levar o tipo de vida que levo, quem não aprende a falar a verdade vai estar sempre andando na direção contrária, não acreditei em mim mesma, porque eu vi o quanto foi difícil daquela vez e mesmo assim eu menti novamente, foi uma coisa boba, mas foi uma mentira, e não importa o tamanho do tempo gasto pra contar uma mentira, mentira é sempre mentira, e se eu não consertar esse meu grave defeito que tipo de vida minha filha vai ter, só que não sabia como fazer isso, foram dias e dias pra chegar até onde estava e num segundo como meu pai disse eu consegui jogar tudo fora, naquele momento eu queria muito que a Pequena estivesse com o pai dela, porque de todos os defeitos que ele tem, nunca mentiu pra mim, e o medo que eu tenho de falar o que sinto, vai saber se ela não vai ter o mesmo? Eu não sei, mas só pode ser muito burra, porque me esqueço que meu ideal não é mais aproveitar a vida e sim ser certa pra ter um futuro certo e dar um futuro certo pra Pequena. Por mais que tenha sempre alguém pior do que eu, eu sei que minha vida poderia ser melhor e não é, tudo por minha falta de comunicação, talvez fosse melhor falar da minha enorme comunicação mentirosa.

Quando deu umas seis horas eu comecei a sentir ( sentir é modo de falar, o certo seria pensar ) muito mais forte o meu desgosto pela vida, a minha raiva por mim mesma, pelo tipo de vida que levo, fui até a cozinha, peguei uma faca, que foi a primeira que encontrei pela frente, sentei na cama, senti muito medo, mas estava determinada, cortei meu pulso e fechei os olhos, pensei em todos os flashs de coisas boas e ruins, vieram todas as pessoas com quem eu passei muito tempo, as vezes que eu errei e que doeu muito em todos os sentidos, veio muita coisa na falta do que pensar, mas sentia desde tarde uma dor muito forte na cabeça, fui ficando estranha, abri os olhos, vi o sangue e me deitei, não me lembro de ter fechado a persiana, depois meu pai falando comigo, me chamando pelo nome, estava toda mole, fui pro banheiro lavei o pulso, os pés que estavam ensanguentados, nem sei porque, sentei na sala, meu pai falou do quanto estava chateado comigo, minha mãe chegou, começamos a conversar sobre tudo novamente, apenas respondi tudo o que me perguntavam, não tinha o que falar, estava tão determinada e de repente me vejo ali sentada, me preparando pra começar novamente minha vida, a qual eu já acreditava estar totalmente perdida, meu pai exigiu que cortasse o cabelo pro meu próprio bem, pra acabar com meu orgulho, não sei mas na hora eu pensei no quanto eles não estavam me entendendo, não ligo pro meu cabelo estar curto ou não, agora tanto faz, só queria que soubessem que parte do meu problema é outro, minhas roupas, eu posso escolher uma pra passar a semana inteira, meu cabelo é sim minha personalidade, é ter alguma coisa que até então era só minha e que eu gostava muito, porque por mais que dessem palpite ele era construído do jeito que eu queria, mas realmente é necessário acabar com coisas que gostamos pra darmos valor em outras coisas ou pra simplesmente esquecermos as coisas boas e começarmos a pensar nas coisas que realmente têm importância, não posso discordar, cabelo novo vida nova.

O dia foi horrível, ainda não cheguei a todas as conclusões do que aconteceu, mas a melhor delas está aqui dentro e está sendo novamente posta em prática, falar toda a verdade nem que for pra mim mesma, e aprender a não mentir, tenho que saber sair das situações difíceis pelo caminho certo e não pelo mais fácil.

Foi assim...
Domingo 01 de dezembro de 2002

Parece que nem existiu este dia!

Levantei já eram mais de oito e meia, arrumei o quarto como de costume e fui prá sala.
Perguntei prá mulher se queria ir ao supermercado comprar coisas para o almoço e ela disse que preferia almoçar fora.
Lavei o carro de novo pois a chuvinha de ontem meio misturada com a poeirinha de ontem emporcalhou tudo. Dei uma lavada expressa e meu filho ajudou a enxugar. Ficou lindão, o carro mais velho ficou mais bonito que o novo!

Deu a hora de buscar a Jú na rodoviária para almoçarmos. Ela estava vindo prá estudar com o meu filho. Os dois se gostam, já namoraram mas optaram por um relacionamento daqueles que quem nasceu antes da inauguração de Brasília nunca entende.
Almoçamos num lugar que eu não gosto, mas todos os meus colegas estavam lá e no fim até que foi bom. Quente prá burro!
Pediram que eu passasse pela faculdade de engenharia para conhecerem a nova área de convivência. Visitamos e depois fomos tomar sorvete na D. Mariquita.
Chegando em casa, após uma pequena enroladinha de tempo, eu e a mulher fomos até a roça prá ver como estavam as coisas por lá.
Estava tudo bem, aproveitei e consegui cortar a grama nova antes que começasse a chover, ficou lindo!
Colhi pitanga e a acerola minha mulher já tinha colhido. Depois ela tomou banho e fomos embora passando na volta pela roça da D. Terezinha. Lá tomamos uma bruta bronca por estarmos ausentes há tanto tempo. Explicações prestadas, acho que fomos perdoados mais uma vez.
Ganhamos compota de pêssego, ovos caipiras, bolo de milho e saboreamos curau. Nada mal!

Passamos no supermercado e comprei uma peça de contra-file e pães.
Fizemos bife na chapa para o jantar. Todo mundo se deliciou.

Levamos os dois para a rodoviária em tempo de embarcar no ônibus das 22:30 h.
De volta para casa, restava um bom banho e sono. Ainda deu prá assistir a reapresentação do Globo Rural que passa às onze e meia no Futura, mas nem me lembro das matérias apresentas

Este foi o Domingo!
Sábado 30 de novembro de 2002

Acordei com o barulho do salto da mulher. Ela tinha curso de ISO e insisti que fosse de carro. Recusou dizendo que iria à pé e na volta pegaria carona com uma amiga.

Aproveitei um ânimo e lavei a Parati, bem caprichadinho, passando escova de dente na borracha do vidro prá tirar o barrinho que forma da poeira com o sereno. Usei shampoo com cêra prá facilitar a vida e esfreguei bem com escova e sabão os pneus para remover o encardido de marrom que a lama deixa na borracha.
A parte de dentro ficou prá depois, não dava tempo pois tínhamos horário com a psicóloga.

Cheguei lá no horário combinado, quinze prás onze e só saí dez para a uma. Tinhamos muito assunto e o papo rolou numa boa.
Acho que poderemos fazer um trabalho com nossa filha mas combinamos aguardar a virada do ano já que muita coisa está para acontecer, inclusive uma pequena possibilidade de mudarmos de cidade.

Na volta resolvi comprar um celular novo mas a loja estava abarrotada. Era o último dia de uma promoção para ligar de graça em final de semana dentro da mesma operadora nos próximos trinta anos. Bobagem, fui embora.
Quando estava no meio do caminho de volta o cel tocou, era a mulher pedindo prá chegar logo e levá-la de volta ao curso de ISO, última aula.
Deixei-a na escola e na volta resolvi comprar um celular novo mas a loja estava abarrotada. Era o último dia de uma promoção para ligar de graça em final de semana dentro da mesma operadora nos próximos trinta anos. Bobagem, fui embora. Passei pelo barbeiro, dei um trato na cabeleira. Já tinha estourado a hora de cortar.

Almoçei sózinho e logo que terminei chegou meu filho do meio e começamos a conversar, só depois de muito papo ele resolveu almoçar, eu nem sabia que ele não tinha comido ainda. Ficamos conversando até entardecer quando a mulher voltou da aula e sentou-se para comer (de novo).

Saí para levar minha filha à cabelereira, voltei à loja do celular para ver se tinha diminuido o movimento, desisti de comprar aquele celular e naquele dia e naquele lugar. Aluguei um dvd - A Era do Gelo - , voltei prá casa e assisti. Que barato!

Depois da janta chegou uma hora que deu uma moleza danada então eu fui deitar, quando menos esperava era meia-noite e me acordaram para levar o filho pro baile de formatura de uma escola daqui.

Não sei se era isso que eu esperava deste sábado mas foi assim.

sexta-feira, novembro 29, 2002

Falando sobre a demarcação da chácara minha mãe informou que na época do José Maximino, ela, a Batchã e o Sr. Junes procuraram a Prefeitura ou o Cartório - não sabe ao certo - para regularizar a confrontação entre a chácara e a propriedade do Junes. O Junes alegava que a cerca da chácara estava invadindo sua propriedade mas ela não se lembra o que foi feito para resolver o problema.

Quanto às circunstâncias da propriedade da chácara ela informa que, com medo de que o imóvel fosse vendido e seus moradores desalojados a Joanita exigiu que fosse assinado um contrato onde o Ditchã seria administrador da chácara. Este contrato foi assinado no mesmo dia do casamento e ela não sabia de sua existência até o momento da assinatura, ou seja, tão logo terminou o casamento civil ela foi instruída a seguir para outro cartório onde lhe foi apresentado o contrato para assinatura.

Segundo é do seu conhecimento, a condição para que o meu pai pudesse legitimar sua propriedade sobre a chácara era a de contribuir integralmente com seu salário até os 25 anos, mas na realidade ele cumpriu até os 27, mais precisamente até os 26,5 anos pois usou seis meses para comprar os móveis de jantar e de dormitório sendo tudo com que o casal contava no momento do casamento. Quanto aos móveis de jantar eles foram adquiridos desmontados sendo que o serviço de montagem e acabamento, vidros, verniz e acessórios seriam dados pelo Ditchã como presente de casamento mas por algum motivo a Joanita impediu tal presente, ficando o ônus integralmente a cargo do meu pai.

Tão logo o casal iniciou sua vida independente, foram abordados com a informação de que ainda havia cotas da chácara pendentes e foi feito um acordo onde meu pai prosseguiria contribuindo com aproximadamente metade de seu salário, este acordo durou até o incêndio dos pintinhos, a partir do qual aumentou a contribuição a título de emergência, elevando a remessa de dinheiro à quase totalidade do salário do meu pai. Nesta última fase minha mãe informa que deixava de comer para garantir a refeição do marido. Quando ele chegava do trabalho ela dizia que já havia comido e dava todo o alimento a ele. Sensibilizado com esta situação o Ditchã pegava escondido da chácara alimentos, incluindo carne e levava para ajudar o casal. Este período durou cerca de dois anos que inclui as fases de salario parcial e quase total.

Outro episódio que mereceu menção é o da casa da Rua São Paulo. O casal queria comprar aquela casa mas não possuíam recursos suficientes. Sabia-se que o Tio Takeda havia vendido uma boa safra de café e possuía muito dinheiro no banco que poderia ser emprestado. O Chiquinho estava precisando de dinheiro mas a família negava auxílio pois ele namorava com uma moça que não era aceita pelo grupo. Procurado pelos meus pais o Tio Takeda disse que poderia emprestar a quantia mas dependia da aprovação do Ditchã. Infelizmente quando o Tio Takeda foi falar com o Ditchã a Joanita soube (ou foi consultada) e impediu que o empréstimo fosse concedido.

....

Segundo informa minha mãe, a Batchã certa vez lhe levou até seu quarto, fechou a porta e mostrou-lhe, confidencialmente, um local secreto onde guardava coisas importantes, dentre elas documentos, dinheiro e fragmentos de correntes de ouro que segundo a Batchã foram adquiridos de ciganos e tratava-se de ouro puro que os ciganos usavam para por nos dentes. Dentre os documentos havia um onde constava um acordo que envolvia os proprietários da chácara, da chácara da D.Rosa e do Felizardo cujo propósito era disciplinar o acesso à propriedade do Felizardo. A Batchã comentou brincando que o Felizardo tinha que ser bonzinho porque se fosse ruim eles fechavam a estrada. Dizia tambem que houve um acordo sem termo de doação de qualquer espécie. Não se sabe do paradeiro destes documentos e valores, segundo ela lembra, o local era atras da cama do casal ou do criado mudo. Havia tambem menção a um esconderijo atras de um quadro mas que não foi mostrado a ela.
A secretária do Dr. Elcio conseguiu uma vaga às tres e meia. Já confirmei que irei.
Amanhã começo a montar meu veleiro, não quero saber de rolo neste final de semana.
Ontem paguei mais uma pro meu filho mais velho. Tres prestações atrasadas do carro.
Tô toreando minha mãe para não vir aqui tentar resolver o problema. Ela só vai piorar as coisas.
Acho que meu coração não tá legal.
De vez em quando parece que ele falseia, dá uma mancada e eu fico transpirando e sentindo muito mal.
É só o que me faltava!

terça-feira, novembro 26, 2002

Nossa! Tem novidade que não acaba mais.

Na quinta-feira passada saí bem cedo de casa para viajar até a casa do meu pai e pegá-lo para irmos resolver alguns probleminhas na chácara.
Logo de cara a viajem reservava uma boa surpresa, boa parte das obras de duplicação foram concluídas, parecia um sonho. Cheguei cedo, percorri 244 km em tres horas, considerando que 25 km são de trânsito foi muito bom.
Sem muitos atrasos seguimos pelo novo trecho de 260 km e chegamos por volta do meio-dia, a tempo de almoçarmos lá com as Tias. Quer dizer, almoçamos por volta das duas da tarde. É que quando estávamos chegando na cidade telefonamos para a chácara perguntando se haviam preparado almoço para nós, caso contrário almoçaríamos na cidade. Como disseram que estava tudo pronto seguimos direto mas a casa estava fechada pois a tia teve que sair com a filha. Desta forma fomos dar uma volta pela propriedade, fomos até o vizinho prá papear um pouco - não com o vizinho, mas com um empregado que estava por lá - e em seguida andamos pelo bairro dos fundos procurando, sem encontrar, a casa da minha prima.
Na volta deste passeio pelas vizinhanças meu pai descobriu que uma das referências da propriedade havia mudado. Uma tal de estrada da servidão situava-se entre um bambuzal e uma palmeira mas, por erosão, extração de bambú ou outra causa, o bambu moveu-se passando da esquerda para a direita da palmeira.
Quando finalmente retornamos a casa estava aberta e o pessoal todo por lá.

quarta-feira, novembro 20, 2002

Acabei de ligar para o Vô Dentista.
Disse que soube que ele está pagando a escola e que desta forma ele não está ajudando em nada na solução do problema.
Implorei que não colocasse a minha mãe a par do que está acontecendo, ou melhor, que tentasse tirar ela do processo.
Ele disse que é muito difícil pois não sabe mentir e que ela acaba conseguindo destilar a história toda.
Combinamos que ele vai ligar pro meu filho dizendo que seu crédito está cortado e que deve procurar o pai para conduzir esta situação.
Todos suspeitam que ele esteja envolvido com drogas mas não encontramos nenhum outro indício além do volume de dinheiro que ele gasta. Já fizemos um acordo para um exame toxicológico mas ele acabou não fazendo.

terça-feira, novembro 19, 2002

Minha mulher está me surpreendendo.
Hoje ela voltou a falar sobre morarmos na Chácara.
Disse que tem consciência de que aquilo representa muito da nossa história e que não deve ser depredado.
O mais interessante é que eu nunca propuz isso a ela. Parece que a Jaíra voltou a falar sobre sua admiração pela Batchã. Que ela beijava a terra dizendo que aquilo era terra abençoada.
Acho que isso tem impressionado ela e a levou a defender a possibilidade de morarmos lá.
Da minha parte acho que não é impossível. Podemos fazer um processo de transição, eu reformo a casa de lá, encontro escola para a nossa filha e às vezes no início do ano (março) já dá pra elas morarem lá.
Eu fico por lá uma semana por mes e vou estudando uma filial e, quem sabe, transfiro tudo em um ou dois anos. Ou até monto uma empresa comercial por lá e mantenho a fábrica aqui mesmo.

Vai ser uma guinada e tanto!
Hoje foi um dia normal.
Testei o tapume de madeira para o rodapé, o furo deve ser de meia polegada mesmo, o resultado é ótimo.
Mandei uma consulta para o Inpe pedindo orçamento da câmara anecóica deles, vou mandar fumo na homologação, custe o que custar.
O pessoal de Imperatriz no maranhão colocou novo pedido. Já tava na hora.
O Taison também.
Encontrei um cara para limpar os lotes lá de S.Carlos, quem sabe ele toca um serviço na chácara de lá tambem?
Domingo 16 de novembro de 2002
Hoje não fiz quase nada, prá falar a verdade não fiz nada mesmo, parece que estava meio sonso, li o jornal, dei uma olhada nas plantas, fui com a mulher ao supermercado onde compramos um pedaço de contra-file que preparei na chapa.
A família estava completa incluindo a namorada do mais velho. O almoço foi gostoso.
Comemos arroz branco, ovo frito na chapa, bife na chapa, aquele niponico macarrão transparente feito de arroz que se come como salada com tirinhas de pepino, cenoura e gergelim torrado salpicado por cima, salada de alface roxa e suco de jabuticaba. Não tava bão?
Logo que acordei assisti uma matéria do Globo Rural sobre a Serra da Canastra, era a segunda parte de uma reportagem, desta vez tratando do turismo rural na região e de ocorrências arqueológicas sob ameaça. Boa matéria.
Sei lá o que fiz depois do almoço só sei que no final da tarde fui assistir um disco chamado "parenti serpenti" que comprei estimulado pela nossa viagem do dia anterior. Trata de uma famíia tradicional italiana que se reúne para o natal...
Meu segundo filho foi à pé para a rodoviária, disse que estava com tempo de sobra.
No final da noite deu um vendaval acompanhado de chuva e trovoadas. Acho que a neta assustou e perdeu o sono. Minha filha ficou pageando ela até as tres da manhã.

Segunda-feira 17 de novembro de 2002
Chegou um carretel de transistores e pudemos liberar alguns pedidos atrasados. O material principal ainda está enrolado na importação.
Tive uma reunião na Associação e decidi encabeçar duas ações para o próximo ano. Como se já não tivesse muito trabalho com eles...
Sexta-feira 08 de novembro de 2002
Consegui emprestado um andaime tubular com 1,2 m de lado, este andaime cabe no corredor lateral mais estreito da casa e poderemos finalizar o forro do beiral.

Sábado 09 de novembro de 2002
Hoje a patroa foi para o curso de ISO e eu aproveitei para, junto com o carpinteiro fazer o forro do beiral, ficou muito bom.

Domingo 10 de novembro de 2002
Minha filha tem teste de bolsa na escola concorrente e eu fiquei impossibilitado de ir para a roça, então continuamos o serviço no outro beiral e ficou muito bom tambem. Amanhã devolvo o andaime para o Seu Antonio.

Segunda-feira 11 de novembro de 2002
Mandei de volta o andaime, só o frete custou ida e volta R$20,00, acho caro pelo tamanho da carga e pela distância de apenas sete quadras.

Terça-feira 12 de novembro de 2002
Mandei um email para minha tia dizendo que vamos pra festa de aniversário do marido dela. Não a vejo há mais de vinte anos e nunca ví o seu marido.
Tenho um pouco de cisma para este encontro mas há coisas que não se pode evitar. O principal problema é que as pessoas mudam muito com o tempo e, como são parentes, fica uma sensação estranha onde um parente é um desconhecido.

Quarta-feira 13 de novembro de 2002
Meu Pai ligou dizendo que o Tio dele morreu há 15 dias. Disse tambem que vai prá chácara na próxima semana e convidou-me pra ir, eu aceitei.
Como havia combinado com o carpinteiro à noite fomos instalar as guarnições das portas. Deu tudo errado, o marceneiro usinou as peças com erro e não atingiu a altura necessária. Vou ter que levar quase tudo de volta para corrigir o problema, o pior é que é a 25 km daqui! Ô incompetência !
Separamos o que foi possível aproveitar e conseguimos instalar tres guarnições, amanhã vai dar para instalar mais três.

Quinta-feira 14 de novembro de 2002
- Minha filha não teve aula pela manhã devido ao exame de bolsas da própria escola à tarde.
Fomos à roça para colocar as coisas em ordem, tava cheio de pitanga e colhemos um monte prá fazer suco, tinha tambem orvalha (suco dela!)
Passamos na Dona Terezinha e está tudo bem por lá. O Seu Ditinho estava na cidade e para minha surpresa ele chegou da cidade e soube que nós estivemos lá. Pegou o carro e voltou para a cidade para procurar-me.
Ele estava com os documentos para pedir a aposentadoria integral devido ao câncer.
Vou ajudá-lo tentando encontrar um agente para nos auxiliar na papelada e trâmites. O processo não será fácil.
Passei o dia todo muito mal, parecia problema do coração, cancelei o serviço que havia combinado com o carpinteiro pra o feriado do dia 15. Vou ficar à tôa pra me recuperar.
Instalamos as outras tres guarnições

Sexta-feira 15 de novembro de 2002
Como quem não quer nada fui estudando o ângulo correto do mata junta do forro da sala de vídeo. E fui fazendo uma coisinha aqui e outra lá até que no fim do dia terminei todo o arremate complicado da sala de vídeo e ainda por cima instalei o lustre da oficina de costura da mulher.
Passei muito bem o dia todo mas não deixo de pensar na festa de amanhã.
Choveu demais e o carro de viagem está cheio de pétalas do flamboyant, mas a chuva não deu trégua, vou ter que lavar o carro amanhã cedo, senão vão pensar que é um carro alegórico da festa de Holambra.

Sábado 16 de novembro de 2002
Dia fatídico!
Levantei às sete e lavei o carro, o tempo está bom, um pouco frio.
Tomei um banho e partimos para Arthur Nogueira, foram 208 km de estrada, quase toda ruim.
Duas horas e meia até encontrar a casa, tudo correu bem na viagem, resta saber como será o resto.
Felizmente o dia foi bom, pude rever minha prima que não via há mais de 30 anos, ela está morando em outra cidade, acho que é Nova Odessa. Conheci meu novo Tio e dois primos.
Meu novo tio demonstrou apreciar um bom copo e já chegou bastante animado para a festa.
Tudo correu muito bem, a comida estava boa e as instalações são muito boas, trata-se de uma chácara muito próxima da cidade com piscina, meia quadra de basquete e uma ótima área para festas, parece um mini clube.
Temia que nossos anfitriões fossem muito formais ou muito frescos, nenhuma das duas coisas. Ufa!
Comemos carneiro, linguiças de porco e frango, carne de boi e maionese na canoinha.
Tinha sorvete picolé de uvaia e quando ficou mais tarde meu novo tio mandou prepararem um belo talharini acompanhado de porco assado.
Só conseguimos pegar a estrada lá pelas nove e meia da noite e chegamos quase meia noite.
No final das contas foi um bom dia e meus temores se dissiparam.

terça-feira, novembro 12, 2002

A chuva tá legal e eu preciso levar semente de grama para plantar na área nova.
Mas não tá dando tempo! O que é que eu faço?
Tô sumido né? Logo eu volto e conto o que aconteceu.

terça-feira, novembro 05, 2002

teste
teste do w.bloggar

segunda-feira, novembro 04, 2002

Estou à pé e a chuva parou, já dá prá ir embora, esta é a primeira semana de horário de verão, são sete e quinze e ainda está claro lá fora.
O dia não rendeu nada, estive o tempo todo um Zumbi mal ressucitado. Como é que escreve resucitado?
Hoje minha filha foi a um médico de confiança procurar pela indicação de um Psicólogo e minha cunhada veio para tratar os dentes.
Almoçamos num restaurante e o almoço custou R$12 para os tres (bem baratinho)
Ontem plantei oito mudas de Pitanga, cortei a grama do pomar, fiz um trilho para acesso à parte de tras do lago velho, abri um rasgão para drenar a várzea e acho que o viado do vizinho dos fundos aprontou uma que se for verdade eu vou ficar muito P.
O que mais, combati um cacho de Arapuá e repassei graxa nos protetores das mudas.
Ah, tambem colhi Orvalha e fui na casa do Seu Ditinho.
Finalmente meu filho mais velho apareceu e conversamos sobre sua situação.
Tentei fazer com que falasse sobre as despesas do dia a dia mas os valores não convencem ninguem. Veja só, disse que gasta com alimentação R$30 em média por mês, só no restaurante do irmão do Henfil e mesmo assim só uma refeição por dia. Disse também que o celular lhe custa R$10 por mes e com combustível R$60, ou seja R$2 por dia.
Nossa como sou burro! Está tudo claro agora! Quem se alimenta com um real por dia não usa o telefone para pedir uma pizza que consumiria prá lá de dez dias de alimentação e é claro que não gasta gasolina pois seria uma irresponsabilidade dirigir anêmico e faminto.
Não, não é ironia, é desespero, quase insanidade!

Ele passou lá no sábado, dia de Finados, almoçamos juntos tratamos amenidades e num certo momento sua mãe chamou-o para conversarmos.
Como nossos filhos são espertos, eles não falam nada, só falam alguma coisa depois de muita insistência e mesmo assim apenas palavras vagas, nada que cause maiores comprometimentos. Espantosa e a facilidade com que nos colocam na defensiva tentando explicar nossos atos, tentando explicar que não somos pais depravados responsáveis pelo sofrimento de nossos filhos e causadores de inúmeros problemas em nossas famílias. E a gente cai que nem patinho em ringue de tiro. A gente cai por um defeito que nos torna vulneráveis, que nos torna alvo fácil mesmo a quem não é lá tão predador, o defeito se chama amor e faz toda a diferença nessa luta colossal entre genitores e gerados.

Às vezes eu me pergunto se é só o amor que nos humilha tanto. Acho que não, acho que existe tambem um fator de auto-preservação, uma tênue racionalidade proporcionada pela percepção de mais trabalho no futuro caso o problema atual não seja resolvido.

Já sei, chega de lenga-lenga e conta o que deu do papo. Deu que o que ele ganha não cobre suas despesas, mesmo com a infame simulação que fizemos. Nestes valores subdimensionados o déficit de suas contas gera um buraco de 3 mil por ano. A verdade deve ser muito maior.

Esta madrugada perdi o sono às tres. Quem adivinha o motivo?

sexta-feira, novembro 01, 2002

Aí eles responderam:

Olá ,

- Não, pois com a evolução da injeção eletrônica e da mistura
do álcool a nossa gasolina(25%), a taxa de compressão dos
motores a gasolina estão bem próximos aos do álcool.

- Sim. Nós aconselhamos a instalação de um kit de partida a frio
para não haver problemas com a partida com motor frio.Esse
problema ainda continua nos carros a álcool por ser um combustivel
frio.

- Basta lembrar novamente que nossa gasolina contem 25% de álcool
e outras substancias que nem sabemos, mas de qualquer forma todos
esses componentes resistem ao álcool.

- Não. Não há nenhum problema com o catalizador.

- Já testamos carros, que rodaram mais de 100.000 km e não
apresentaram nenhum problema referente a conversão, a não ser
os problemas normais de carros com essa quilometragem.

- O consumo vai aumentar aproximadamente 15%
Seu carro vai ter um aumento de desempenho.

- Ligue para nós para tirar mais dúvidas
Um cara ofereceu transformação do carro para álcool. Não, não é o que vc tá pensando! Não é para transformar carro em álcool, é só para mudar o tipo de combustível que ele queima! (Essa foi engraçada demais)

Perguntei:

Olá

Recebi seu email propondo conversão para álcool mas não compreendi como pode
o remapeamento do microcontrolador da injeção suprir todos os parâmetros que
envolvem a conversão convencional.

Pergunto:

Não seria necessário o rebaixamento do cabeçote para aumentar a taxa de
compressão ?
Minha região é fria, no inverno as temperaturas vão facilmente abaixo de
zero. Não necessito de sistema auxiliar para partida com gasolina?
Todos os elementos do sistema de alimentação (tubos, bomba elétrica, filtro,
conectores, bicos, indicador de nível) suportam o ataque corrosivo do
álcool?
É sabido que o catalisador deve ser substituido para funcionar corretamente
mas caso não seja substituído não pode ocorrer inscrustração com decorrente
obstrução?
O sistema de descarga convencional (mesmo o galvanizado) suporta a mudança
de combustível?

Favor informar os resultados práticos da conversão proposta, qual o consumo,
desempenho, etc.

Desculpe o questionário mas fiquei realmente curioso!
Depois disso ele não mandou mais nada.
Será que desencanou?
O que é desencaná?
Eu ia ficar quieto, mas o cara é vereador e precisa de um mínimo de recursos, então acabei respondendo:


Tenho me esforçado para dedicar cada vez menos atenção a questões deste tipo
pelo simples motivo de que o assunto é extremamente complexo e qualquer
"filósofo de butiquim", como eu mesmo, acaba encontrando um equacionamento
simplista, para dizer o mínimo.

Filosofando um "pouquim" diria que vale a pena contextualizar o
subdesenvolvimento destacando os aspectos Colonização e Religião. Vale a
pena olhar a India antes durante e depois do domínio colonial Inglês assim
como vale a pena olhar para o Japão focalizado em suas belicosas entranhas,
tentando entender o que justificaria a humilhante ocupação nipônica sobre a
Manchúria, seus campos de concentração, a usurpação da cultura chinesa e,
mais tarde, americana. E por falar na América, é bom conhecer sua doutrina
de pleno domínio que ascende aos primórdios daquela nação.

Apelo agora ao conceito de riqueza, será que alguem sabe realmente o que é?
Seria riqueza a posse de um carro e um celular para cada membro de cada
família ou a possibilidade de usufruir de longa vida saudável e em paz num
planeta limpo? Dúvidas podem pairar mas, infelizmente, talvez seja mais
correto definir riqueza olhando de frente para sua face mais apavorante e
imoral, algo como usufruir da melhor forma possível a vida, enquanto ela
durar, eliminando impiedosamente seus opositores e explorando
delinqüentemente o que estiver disponível, mesmo que venha a faltar até aos
próprios descendentes.

Sempre me pergunto: -O que é "rico"? ou -Quanto é "ser rico"?
Passeando por estas indagações esbarro em uma questão prática: A cantora
Madona (ou seria Madonna?) já é rica? Será que ela já tem o suficiente para
viver confortavelmente o resto de seus dias? Caso já o tenha, precisa ganhar
mais algum dinheiro? Para quê?
Quando tento responder estas questões vejo claramente aquele filme do
caçador de andróides. Lembra? Aquela coisa dos replicantes que queriam
encontrar o cara que tinha projetado eles e eles queriam mais tempo de vida
e pairava a pergunta : Quanto tempo é o suficiente?
Se você, como eu, tambem acha que aquele filme não estava falando de
andróide nenhum e que aquilo tudo era uma metáfora de nós humanos que vamos
a um Templo qualquer à procura de nosso criador pleiteando vida eterna, já é
um bom começo. Significa que estamos saindo lá de baixo, daquele lugar que
os consultores chamam de "ignorância inconsciente" e atingimos o novo
patamar chamado "ignorância consciente".

A partir daí fica bem mais fácil prosseguir ... ou desistir!


Paulo, desculpe a eloquência, mas acontece que eu escrevo o que penso e o
faço porque não admito portar-me como signatário incondicional do pensamento
alheio. Talvez até por isso você já tenha me rotulado de polêmico! Para meu
alento recorro ao Nelson Rodrigues em sua célebre frase sobre a
unanimidade...
Um cara me mandou seguinte texto como sendo "Um Bom Texto":

BOM TEXTO. Vale a pena ler..
Assim como há pessoas pobres e pessoas ricas há países pobres e países
> ricos.
> A diferença entre os países pobres e os ricos não é a antigüidade do
país.
> Fica demonstrado pelos casos de países como Índia e Egito, que têm mais
> de mil anos de existência e são pobres.
> Ao contrário Austrália e Nova Zelândia,que há pouco mais de 150 anos
> Eram quase desconhecidos, hoje são, todavia, países desenvolvidos e >
> ricos.
> A diferença entre países pobres e ricos também não está nos recursos
> naturais de que dispõem, pois o Japão tem um território muito pequeno e
80%
> dele é montanhoso, ruim para a agricultura e criação de gado, porém é a
> segunda potência econômica mundial: seu território é como uma imensa
> fábrica flutuante que recebe matérias-primas de todo o mundo e os exporta
> transformados, também à todo o mundo, acumulando sua riqueza.
> Por outro lado, temos uma Suíça sem oceano, que tem uma das maiores
> Frotas náuticas do mundo; não tem cacau mas tem o melhor chocolate do
> mundo;
> em seus poucos quilômetros quadrados, cria ovelhas e cultiva o solo
> quatro meses por ano, já que o resto é inverno, mas tem os produtos
lácteos
> de melhor qualidade de toda a Europa.
> Igualmente ao Japão não tem recursos naturais, mas dá e exporta
> serviços, com qualidade muito dificilmente superável; é um pais pequeno
> que passa uma imagem de segurança, ordem e trabalho, que o converteu na
> caixa
> > forte do Mundo.
>
> Também não é a inteligência das pessoas a tal diferença, como o
> Demonstram estudantes de países pobres que emigram aos países ricos e
> conseguem resultados excelentes em sua educação; outro exemplo são os
> executivos de países ricos que visitam nossas fábricas e ao falar com
eles
> nos damos conta de que não há diferença intelectual.
> Finalmente não podemos dizer que a raça faz a diferença, pois nos países
> centro-europeus ou nórdicos vemos como os chamados ociosos da América
> Latina(nós!!) ou da África, demonstram ser a força produtiva desses
países.
> O que é então que faz a diferença?
> A ATITUDE DAS PESSOAS FAZ A DIFERENÇA.
> Ao estudar a conduta das pessoas nos países ricos se descobre que a maior
> parte da população cumpre as seguintes regras, cuja ordem pode ser
> discutida:
> 1) A moral como princípio básico;
> 2) A ordem e a limpeza.
> 3) A integridade.
> 4) A pontualidade;
> 5) A responsabilidade;
> 6) O desejo de superação.
> 7) O respeito às leis e aos regulamentos.
> 8) O respeito pelo direito dos demais.
> 9) Seu amor ao trabalho.
> 10) Seu esforço pela economia e investimento.
> Necessitamos de mais leis?
> Não seria suficiente cumprir e fazer cumprir estas 10 simples regras?
> Nos países pobres, só uma mínima (quase nenhuma) parte da população
> segue estas regras em sua vida diária.
> Não somos pobres porque ao nosso país falte riquezas naturais, ou por
> que natureza tenha sido cruel conosco, simplesmente por nossa atitude.
> Nos falta caráter para cumprir estas premissas básicas de funcionamento
> das sociedades.
> Se você não repassar este e-mail, não vai morrer seu animal de estimação,
> nem você vai ser mandado embora do emprego, nem vai ter má sorte
> por 7 anos,etc.
> Se amar seu País, faça circular esta carta para que a maior quantidade
> possível de gente medite sobre isto.
> Se esperarmos que o governo solucione nossos problemas, ficaremos toda a
> vida esperando.
> Quanto mais empenho colocarmos em nossos atos e mudarmos nossa atitude
> pode significar a entrada do nosso país na senda do progresso e
bem-estar.
>
> O pessimista se queixa do vento, o otimista acredita que ele mudará, e o
> realista ajusta as velas.
Olá!

Prá começar quero te dizer que eu vivo me degladiando com o incômodo das religiões, seu uso político e especialmente comercial. Só prá ter uma idéia fiquei sabendo que em Itajubá - MG onde meu filho estuda, um corretor de imóveis que alugou a rep deles disse que lá tem a seguinte oferta : " Igreja com fiéis" (só faltou mencionar qual é o movimento men$al).

A TEORIA...

Minha teoria (de butiquin) tenta explicar a utilidade da religião e de começo vai uma história:
Estava na roça (mineiro chama sítio de roça) em uma noite de inverno como só tem por aqui, o céu limpinho de tudo fervilhava de tudo quanto era coisa, estrela, lua, estrela cadente, coruja e morcego. Curioso em escutar uma coisa diferente perguntei pro caseiro o que ele achava que era aquilo tudo (fora coruja e morcego) e ele me respondeu:

-"Meu Pai dizia que prá gente podê dormí tinha que escurecê e então Deus fez uma lona preta que toda noite Ele puxa prá tapá o sór. Como essa lona é muito antiga, ela já tá que nem aquela do café, cheia de furinho e pelos furinho passa a luz do sór pipocando tudo de estrelinha..."

Ri um bocado daquilo tudo até que o Camilo virou prá mim e perguntou: Isso não é verdade?...

Verdade ou não, aos poucos eu vou percebendo que todo mundo tem alguma explicação para tudo o que ignora, simplesmente porque não dá pra viver com mistérios pendentes. Coisas sem explicação causam angústia e medo, o medo de que justo daquele troço misterioso pode sair algo que vai ferrar com a gente. Por outro lado cada pessoa tem o conhecimento com uma fronteira delimitada, em uma primeira fase, por todas aquelas perguntas que fazemos mas não sabemos a resposta (ainda) e, mais à frente, por aquelas perguntas que surgirão quando aumentamos nossa fronteira. Eu tenho a minha fronteira, vc a sua e o Mané da esquina a dele.
E o que isso tem a ver? É que à medida que andamos para os primórdios da humanidade, e isso é bem antes da TV em côres (meu filho perguntava se existiu mesmo TV P&B e se na camisa do artista vinha escrito a cor, no rosto não precisava porque ou era P ou B), a fronteira de todos era bem menor e praticamente tudo era mistério. Os caras podiam não ter conhecimento mas ninguem era burro não, basta ver o estrago que caras como Foucaut, Lagrange, Fourier, Laplace, Niquist, Chebichev, Boole e até Mario de Andrade fazem na cabeça da moçada ainda hoje. Como não eram burros eles tinham perguntas e na falta de respostas valia a pena aceitar até a lona preta!
Outro aspecto importante, e talvez o mais importante, é a necessidade do homem viver em sociedade. Um grande cérebro solitário não faz uma grande diferença diante de um grande inverno ou de um grande tigre ou de um grande período para a maturação de suas crias. O homem é um ser fisicamente frágil e, segundo os pigmeus, saboroso.
Tudo bem, vamos então viver em sociedade para melhorar nossas chances. Vamos caçar juntos, tecer, namorar, criar nossos filhos, vamos nos defender em grupo, etc.
Será que dá prá fazer isso tudo sem regras de convivência? É claro que não, ficaria tudo uma baita bagunça comprometendo fatalmente qualquer grupo social. Vc conhece algum grupo sem regras? Indios, Religiosos, Bandidos Soltos, Bandidos Presos, Políticos (grupo das derrapinas)?
Todos os grupos sociais obedecem a regras mas tal obediência raramente é expontânea porque geralmente a maioria dos membros do grupo tem sua fronteira do conhecimento abaixo do esclarecimento da necessidade de cumprir as regras e o porque delas existirem, e não se trata apenas de problemas culturais: os muito jovens e as crianças, os privilegiados que não conhecem o sofrimento e os miseráveis sempre estarão abaixo do discernimento entre o bom e o nefasto para a sociedade, para eles acaba prevalecendo seu instinto seu id e cá entre nós, nem eu, nem vc sabemos bem o que é bom para a sociedade.
E a religião? Bem, eu acho que fica muito difícil respeitar as regras da sociedade quando temos fome, de comida ou outra coisa (vc tem fome di quê?), principalmente quando ninguém está olhando. Mas e se tiver um baita olho, dentro de um triângulo, vendo tudo e todo mundo o tempo todo? E se vc não consegue ver onde tá o tal olho mas todo mundo garante que ele existe? E se esse olho tá ligado numa baita plataforma relacional de dados que vai puxar todas a suas mancadas prá esfregar no teu focinho depois que vc bater as botas? Aí a coisa muda de figura, parece que diante disso não é tão difícil seguir as incômodas regras, mesmo quando não tem (quase) ninguém olhando.
É isso aí, a minha teoria é que a religião é uma espécie de cola que permite que os homens possam viver grudados formando a sociedade. Nem todo mundo precisa desta cola, eu e vc talvez tenhamos condições de viver sem sacanear ninguem e ajudando quem precisa, mesmo sabendo que "morreu acabou", não tem céu nem inferno, só energia dissipando. Mas será que um boçal de gravata, terninho e bíblia vai respeitar a gostosa mãe do seu amigo se descobrir que Deus não vai castigar ele depois?
Eis a minha teoria.
O que mudou pra mim depois da formulação desta nobre teoria? Depois dela tenho sido mais tolerante com a religião porque sinto que ela desempenha um papel importante na sociedade, sinto-me incomodado com a religião mas tenho certeza que sem ela meu mundo seria muito pior ou talvez nem existiria.
O que pode-se fazer para melhorar esta situação? Primeiro é não colidir com as religiões e seus membros, é melhor capacitar as pessoas para a racionalidade que ao meu ver é uma espécie de vacina.
Minha esposa foi procurar uma psicóloga para a filha.
Paguei a conta do meu filho, ele nem deu as caras.
Minha mulher realmente recusou a viagem.
A chuva foi muito boa.
O novo governo não tá com boa cara.
O povo já tá greveando.
Eu tô na minha.
Animadão e contente com a resistencia que ainda tenho.
Para uma semana que não vai deixar saudades...

Ah, e o Paulo Coelho agora é imortal...
O problema é que vem muita porcaria, e às vezes jogo tudo fora.
Falar comigo não é difícil não, china@projesom.com.br

Preparei uma listinha tentando caracterizar algo que ocorre hoje em dia com bastante frequência:

1- apoderar-se de algo por violação de regras, tornando-o inoperante;

2- causar constrangimento ou sofrimento a terceiros, decorrente da violação cometida;

3- identificar e anunciar alvo do seu atentado;

4- estabeler valor ou termos para a cessação da violação;

5- iniciar negociações, pacientemente, considerando que o tempo decorrido agrava a situação do violado;

6- finalizar as negociações norteando-se pela garantia de impunidade alem do atendimento de seus objetivos;

7- libertar o violado sem maiores garantias cessando assim a violência de forma tambem violenta;

8- o sucesso nas negociações fortalece outros grupos estimulando novos atentados.

Sequestradores X Grevistas
Você sabe a diferença? Nem eu.

Evidentemente não falo de greve nos moldes de Ghandi como quando mobilizou pessoas a produzirem seu próprio sal e vestuário como forma simbólica de denunciar ao mundo a opressão colonial Inglesa. Esta diferença eu sei, e você tambem..

quinta-feira, outubro 31, 2002

Hoje eu ofereci à minha esposa um passeio especial.
Somos participantes de um grupo chamado BeOne que é uma coisa onde um monte de gente diferente compartilha de um pensamento razoavelmente parecido, comportamento idem, e surgiu a oportunidade de seguir com o grupo até Buenos Aires numa excursão acompanhando o lider da matilha, um tal de Jean, que agora pretende desbravar os pampas espichando as fronteiras de sua "doutrina".
Sugeri que ela participasse, primeiro porque ela gosta muito ( e eu também ), segundo porque ela poderia ir sem a minha companhia e terceiro porque ela poderia alijar-se um pouco deste momento "especial".
Não foi surpresa ouvir que ela declinava do convite pois sentiria-se covarde, fugindo de casa em um momento crítico como este.
Disse-lhe que não se tratava de fuga e sim de preservação. Minha experiência tem mostrado que quando ocorre uma crise (ou doença ou acidente) com um filho ela tambem sucumbe duplicando meu trabalho na gestão do problema. Até dei um exemplo:
Disse-lhe "-Se você não sabe nadar, qual a razão para tentar socorrer um afogado? Tudo que vai acontecer é tornar a tarefa de outro dobrada no socorro a dois afogados."
Ela concordou com minha argumentação mas persistiu na recusa ao passeio.
Eu compreendi.


Percebo que o verdadeiro sentido da solidão reside no momento em que temos que tomar uma decisão. Se é realmente uma decisão sua e se é importante então você está realmente só, se você não está só ou a decisão não é importante ou não é sua!
TODOS QUEREM IR À ECOLOGIA, MAS NINGUEM QUER IR À PÉ !
E o que aconteceu depois no caso do corte do cabelo da minha filha?
Bem, o dia não tinha nada para ser normal e desta forma eu que costumo chegar em casa lá pelas oito e meia ou nove da noite, resolvi voltar mais cedo. Coincidentemente, minha mulher que costuma chegar pelas seis ou sete só chegou além das oito e meia, ou seja, trocamos nossos horários por uma incrível sabedoria do destino.
Normalmente estou à pé mas ontem em particular fui de carro para levar uma nova bicicleta que comprei para o Boy e que por um motivo que agora não vem ao caso foi entregue na minha casa.
Eu sou o primeiro e mais cético a contestar situações de premonição, penso portanto que havia elementos para que suspeitasse que minha filha tivesse cometido algo contra si e até por isso mesmo é provável que eu tenha voltado mais cedo ( e minha esposa mais tarde ). Não frustrou-se minhas suspeitas, a casa estava anormalmente obscura e silenciosa, como se solenemente sinalizasse que havia presenciado algo que não aprovava mas não conseguira impedir. Ví luz nos aposentos da minha filha, as persianas cerradas compartilhavam o comportamento do resto da edificação. Abri a porta e avancei pela sala escura, acendi a luz e dirigí-me rapidamente para o quarto dela.
Lá estava minha filha, envolta em bastante sangue com uma pequena faca na mão direita e o punho esquerdo atingido pela lâmina. Felizmente logo vi que o corte estava muito acima do punho propriamente dito, já era quase antebraço e apesar de certa profusão de sangue a quantidade era incompatível com volumes letais.
Balbuciei algo desaprovando aquilo tudo e acometido por uma calma incomum nessas circunstâncias, analisei melhor aquilo tudo, concluí que realmente não haveriam maiores consequências do atentado, pelo menos não à integridade física da minha filha.
Falei com ela, perguntei inicialmente se tinha feito algo com a neném ao que ela tranquilizou-me negando. Observei muito sangue em seus pés descalços mas não havia outra incisão então perguntei o motivo de tanto sangue nos seus pés e ela simplesmente disse não saber do que se tratava.
Como o sangue no braço já estava estancado, mandei que ela se levantasse para, no banheiro, remover aquela sujeira toda permitindo que eu pudesse avaliar melhor a extensão do problema. Ela dizia estar com tonturas e amparei-a, conduzindo-a ao lavatório.
Passado o momento mais exuberante pude tranquilizar-me diante da real situação isenta de risco mas portadora de uma intensa mensagem de que estava diante de um grande desafio.
Aos 42 anos do meu irmão caçula:

Aí vai uma lembrança com mais de 30, ou como dizia o Casemiro de Abreu:

"Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"


Barco a Vapor


-O Reginaldo da Maria da Esquina disse que nas lojas Americanas tem o
barquinho a vapor da Estrela, aquele que funciona com um toco de vela que a
gente acende depois de encher o tanquinho de água e funciona igual ao de
verdade.
-Se a gente guardar o dinheiro do doce e voltar a pé do cinema vai dar prá
comprar mas tem que ser dos dois, o meu e o seu. A mamãe disse que a gente
pode ir pro cinema domingo na matinê do Carlos Gomes e aí a gente não compra
doce, volta a pé e dá o dinheiro pro Reginaldo que ele compra prá gente!
Legal?
...
-Não, hoje não vamos comprar doce. Lembra que combinamos de guardar para o
barquinho?
...
-Agora nós vamos para casa à pé, prá poder comprar o barquinho.
...

-Ô Sérgio Luiz, faz xixi aí no mato mesmo. Eu sei que o sapatinho tá
apertado mas aguenta um pouquinho mais, já estamos quase na metade do
caminho...

-Agora já tá quase terminando a subida, deixa eu ver onde tá doendo.
-Nossa! É melhor tirar o sapatinho, eu sei que vai sujar o pé mas quando
chegar em casa a gente lava o seu pé na torneira do Davi e a mamãe nem vai
descobrir que você veio descalço.

...
-Não chora não, agora só falta um pouquinho, nós estamos tão perto que nem
tem ponto mais prá pegar o ônibus, pensa no barquinho que você aguenta.
...

-Tá vendo, conseguimos. Amanhã eu deixo o dinheiro com o Reginaldo.
...

-Já entreguei o dinheiro prá ele, ele disse que a Mãe dele vai pro centro
esta semana e ele vai junto, daí ele compra!
...

-Não, ele não foi ainda, depende da Mãe dele, ele acha que é amanhã.
...

-O Reginaldo devolveu o dinheiro, disse que o preço era outro, não vai dar
prá comprar o nosso barquinho.
-Eu tambem tô triste. Puxa, isso só acontece com a gente!



Feliz aniversário!
Mesmo sem barquinho.
"Deixa eu brincar de ser feliz com as criançinhas inocentes."
Será que é isso?
Ser feliz é coisa séria, não se deve brincar com isso!
Finalmente a chuva tem sido mais generosa, minhas mudas estavam agonizando. Esta semana devo semear gergelim e talvez seja a hora de prosseguir com a roça do milho para o ano que vem. A terra tá uma beleza!
Estou tentando convencer minha esposa a participar de uma viagem a Buenos Aires com um grupo do BeOne, vai ser muito bom prá ela...
Na minha terra tem um ditado:"Por causa de uma tripa se perde a barrigada"
Ontem falei com minha filha, perguntei como tinha sido seu dia na escola e ela disse que foi monótono já que boa parte da turma ausentou-se para participar da excursão à USP. Disse também que não teve aula de química e que no último horário houve a reunião dos poucos alunos de cada classe para um bate papo com a orientadora da turma.
Não suportando tanta mentira sua mãe interrompeu-a perguntando por que então ligaram da escola comunicando que ela tinha faltado.
Após a costumeira e inútil tentativa de tentar contrariar nossa informação intercedí aconselhando-a a facilitar as coisas evitando maiores desgastes neste episódio.
Como a Mãe havia constatado na sua agenda alguns dias onde relatava que não ter ido à aula, perguntei quantas vezes mais ela havia feito isso ao que ela respondeu não saber ao certo. Após muita insistência estimou ter matado aula cerca de cinco vezes e que todas a vezes ficava passeando pela cidade.
Indaguei se quando ela tomava tal decisão (cabular aula) ela também considerava o quanto nos esforçamos para mantê-la na escola, se ela dirigia um pensamento ao trabalho de sua Mãe que todo dia afasta-se de seus compromissos para tomar conta de sua filha, fruto de uma aventura precoçe que lhe pôs gestante aos 13 e se imaginava o quanto seu futuro pode depender desta oportunidade desperdiçada. Ela respondeu que no momento em que age não pensa nestas coisas mas tem consciência e reconhece o nosso empenho e seu compromisso (?!).
Diante de seu evidente e confesso erro determinei que ela mesma determinasse sua punição ao que ela afirmava não ter idéia do que seria adequado.
Determinei então que ela separasse suas roupas preferidas e que até dezembro só usaria roupas simples e fora de moda, inclusive no Natal. Disse também que esta não era punição suficiente e que ainda aguardava sua auto-punição.
Após muito esforço ela citou que ficaria impedida de suas atividades sociais, telefonemas passeios e festas com os amigos.
Recomendei uma tarefa doméstica e sua mãe sugeriu que ela passe todas as roupas da filha e eu incluí o corte de seus longos e idolatrados cabelos.

Este era o ponto nevrálgico!
Sem falar, balançou a cabeça de forma negativa...
Já muito atrasado para o retorno do almoço, dei-lhe dinheiro para o corte e fui para o serviço.

quarta-feira, outubro 30, 2002

Todo aquele que trabalha deve ser pago por isto.
E, sendo pago, deve trabalhar.
Ah, por falar em semana ruim, ontem tomou posse na Academia o Paulo Coelho!
Êta semana danada sô!
Semana ruim, minha filha matou aula e eu peguei no fraga. Há momentos em que tudo parece desmoronar, mas tá longe de me derrubar.
Vâmo em frente que quem fica parado é poste!

terça-feira, outubro 29, 2002

Muita gente nem percebeu que votou nele...
Temos um novo Presidente da Nossa República, o nome dele parece que é Zé Dirceu
Filho

Um fornecedor de computadores informa que vc deve passar lá para acertar o pagto de um monitor
usado (R$150) e um cheque sem fundos de R$94

Sei que minha opinião não lhe diz respeito mas vc está trilhando um caminho
muito, muito ruim e seus atos têm causado danos bem maiores do que pode
imaginar. Até sua mãe manifesta estremecimento da confiança em ti.

Se ainda estiver lendo, considere quanto supõe que esteja valendo hoje a sua
palavra, tente estimar o que representam atualmente suas promessas, tipo
quando vc diz que vai passar lá em casa tal hora. Finalizando o
auto-diagnóstico tente imaginar o quão desvalorizadas podem estar suas
prolíficas desculpas.

Se ainda estiver lendo, saiba que quero poupá-lo da sentença que lavras
contra si de próprio punho, nós dois sabemos as consequências mas vc as
ignora intencionalmente como que regojizando-se da progressiva experiência
de auto-destruição do conceito moral.

Se ainda estiver lendo, sugiro que procure alguem de sua confiança, uma
pessoa honrada, competente e disposta a ajudá-lo. Exponha sua situação e
usufrua do que advir respeitando os conselhos que vier a receber aplicando-os
e reportando sistematicamente os resultados ao seu confidente. Desta forma
você estará percorrendo um outro caminho que pode levá-lo para longe do
destino atual.

Se ainda estiver lendo, recomendo que tal confidente não seja sua Avó, não
porque ela não seja honrada, competente ou disposta a ajudá-lo, é que talvez
você não consiga ser adequadamente sincero com ela ao expor sua situação talvez por
uma espécie de escrúpulo íntimo ou porque tema que ela não suporte toda a
verdade.

Se ainda estiver lendo, informo que sua reabilitação tem um custo que
atualmente lhe é muito alto e é cobrado por antecipação cuja unidade
monetária é H$ (o humilde) e lamentavelmente este recurso vc não poderá
receber por empréstimo, ganhar, comprar e muito menos furtar. Só é possível
receber H$ em troca de algo que sempre temos mas muitas vezes não
queremos dispor, o orgulho.

Se ainda estiver lendo, responda a esta mensagem do jeito que achar melhor,
para mim será como um reflexo pupilar no coma, aquele pequeno sinal que nos
enche de esperanças.

Pai

sexta-feira, outubro 25, 2002

Hoje levantei antes das seis, lixei todos os mata-juntas para o forro e transplantei duas mudas de orquídeas.
Desci à pé para o serviço e tenho uma missão cruel para cumprir. Só conto se der certo.

quinta-feira, outubro 24, 2002

Ontem eu fiz uma experiência para gravar imagens em vidro plano, o resultado foi estimulante.
Hoje repeti a dose com muito mais cuidado para melhorar o resultado. Ficou uma droga!

Chegou o material do marceneiro para terminar o forro da casa. O $%^#*^% mandou peças sem acabamento, outras quebradas e tudo muito mal feito!!


Escrevi um EMail enorme sobre minha teoria da Religião como Cola da Sociedade, deu trabalho mas valeu.

quarta-feira, outubro 23, 2002

Já estou pensando se vale a pena esse troço todo de dizer o que faz e o que pensa.
Hoje criei este troço onde vou registrar o que tenho feito e pensado na vida.