quinta-feira, janeiro 25, 2018

Mais um curso

Amanhã segue para SP e só retorna no final da semana que vem.
Anteontem uma constelação em Itajubá das 12 às 23 h.

Opinião Globo


A confirmação da condenação de Lula em segunda instância, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, não encerra a carreira política do ex-presidente, porém é um revés de gigantesca magnitude. A unanimidade dos três votos, muito técnicos, dados pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na aceitação do veredicto do juiz Sergio Moro, de Curitiba, da Lava-Jato, ainda permite pelo menos um recurso. Mas, por certamente retirá-lo das eleições de outubro, por meio da Lei da Ficha Limpa, e mantê-lo inelegível por oito anos — Lula só recupera os direitos políticos ao completar 81 anos —, a sentença é a maior derrota da vida do ex-presidente, rivalizando com o fracasso nas disputas pela Presidência da República com Fernando Collor (1989), em segundo turno, e as duas perdas, em primeiro, para FH (94 e 98).

A condenação de Porto Alegre é mais aguda por não ser política, mas se tratar de punição criminal por corrupção e lavagem de dinheiro, algo nunca antes ocorrido com um ex-presidente da República. Embora a militância bata bumbos para amplificar a tese sectária de que seu líder foi vítima de um tribunal de exceção — finge-se não saber o que é um verdadeiro tribunal de exceção —, a realidade é bem outra. Luiz Inácio Lula da Silva teve o direito de defesa respeitado, como tem acontecido nos demais processos na Lava-Jato. Mas o sectarismo rejeita qualquer argumento objetivo, e até formulou a tese autoritária de que o julgamento só seria legítimo se absolvesse Lula.

Também em Porto Alegre, a defesa do ex-presidente, feita pelo advogado Cristiano Zanin, manteve o tom da politização: todo o processo é repleto de erros, cheio de evidências de que não importam provas, com a intenção deliberada de condenar o grande líder popular, para retirá-lo das urnas de outubro. Ou seja, a defesa de Lula continua a ser feita para animar a militância, não com a finalidade de convencer juízes. Parece considerar inevitável a condenação final de Lula neste e em outros processos, e por isso trata de ajudar na construção da imagem de um mártir das causas populares, conveniente para quem não sabe fazer outra coisa na vida a não ser política.
Lula teve a condenação confirmada, por votos dos três desembargadores do TRF-4, cheios de argumentos objetivos e provas que desmontam posições da defesa — a partir das mais de 400 páginas do detalhado voto do relator João Pedro Gebran Neto, o primeiro a sancionar o veredicto de Sergio Moro. Houve até acréscimo da pena de Lula, por Gebran, de nove anos e meio para 12 anos e um mês de prisão, sob o correto argumento de que o cargo de Lula é um agravante. Proposta aceita pelos dois outros juízes.
No relatório, são citados os entendimentos entre o presidente da OAS, Léo Pinheiro, Lula e Marisa Letícia, diretamente ou por meio de representantes do PT, como João Vaccari Neto, também ainda preso, em torno do imóvel do Guarujá. Da mesma forma que aconteceu nas transações de corrupção com a Odebrecht, o trânsito do dinheiro sujo era acompanhado por uma conta corrente, na qual, no caso da OAS, o custo do tríplex e das obras de melhorias no imóvel foi debitado de propinas geradas em negócios da empreiteira com a Petrobras, de óbvio conhecimento de Lula e companheiros. O relator reservou um capítulo do voto para descrever como, por exemplo, Paulo Roberto Costa, “Paulinho”, foi colocado na diretoria da Petrobras por interferência direta de Lula, para atuar, com outros, no esquema de geração de propinas em contratos com empreiteiras amigas.

À medida que este processo tramitava — há outros, como o do sítio de Atibaia —, era fermentada na militância, também fora do país, a falsa constatação, alardeada pelo próprio Lula, de que ele era processado sem provas. Balela. Se forem analisados os autos sem as lentes do viés político e ideológico, encontra-se o passo a passo de como um singelo apartamento na orla do Guarujá, construído e comercializado por meio de uma cooperativa de bancários (Bancoop), foi adquirido em nome de Marisa Letícia, mulher de Lula, e, depois, com o marido no poder, terminou metamorfoseado no tríplex do prédio.

As provas podem ser consultadas. Mas a militância não se interessa por elas, prefere manter a fé no líder carismático. Existe documento rasurado que atesta a tentativa de encobrir o upgrade do imóvel, de um apartamento simples para um tríplex. Também há registros de imagens de Lula em visita ao novo imóvel, na companhia do presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, ainda preso, que se incumbiu de concluir o prédio depois que a Bancoop quebrou e não finalizou a obra. Por que tanta benemerência a Lula? Votos dos três desembargadores de Porto Alegre explicam em detalhes. Além de Gebran, Leandro Paulsen, revisor do relatório de João Pedro Gebran, e Victor Laus.

Em 2010, O GLOBO noticiou que a família Lula da Silva tinha um imóvel no prédio, fato confirmado pela Presidência. Houve visitas da família ao tríplex do prédio Solaris, ex-Mar Cantábrico, na época da Bancoop. Obras foram contratadas para atender ao desejo dos futuros moradores, mesmo que, formalmente, o imóvel continuasse, na escritura, sendo da OAS. Por quê? O próprio Léo Pinheiro depôs que a dissimulação foi pedida em nome de Lula. Três andares requeriam um elevador interno, e assim foi feito. O imóvel também recebeu uma nova e moderna cozinha.

Outros calvários jurídicos aguardam Lula. Um deles, o sítio de Atibaia, também próximo à cidade de São Paulo, mas no interior. Talvez uma herança do tempo de militância sindical na juventude, Lula não gosta de aparecer em escrituras de imóveis que usufrui. Caso deste sítio, em que costumava passar fins de semana e que terminou preparado por empreiteiras — Odebrecht e OAS —, para abrigar o ex-presidente nos momentos de lazer. Piscina, adega etc. Este é outro processo, mas há uma conexão dele com o do tríplex que condenou o ex-presidente em segunda instância: as cozinhas dos dois imóveis foram compradas pela OAS no mesmo fornecedor. Não faltam mesmo provas.

Do julgamento no TRF-4, fica a frase do procurador Maurício Gotardo Gerum, representante, no julgamento, do Ministério Público Federal:
— Lamentavelmente, Lula se corrompeu.

Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista para O GLOBO

'O jogo começa agora', diz FH Bonecos de Lula em traje de presidiário são expostos em rua de Porto Alegre em dia de julgamento do ex-presidente

Reduto petista em Porto Alegre: entre desilusão e melancolia

Aliados históricos já ensaiam abandono de candidatura petista

Cedro Rosa R$4200,00

Que coisa louca o preço da madeira! Hoje fui sondar como anda o preço de madeira seca e encontrei cedro rosa a R$ 4200,00 / m³.

Todo mundo já sabe, o Sr. Da Silva foi condenado por unanimidade na apelação de 2a. instância e, de quebra, aumentou sua pena de 9 e meio para 12 anos e 1 mês. A brincadeira ainda não acabou mas o caminho vai afunilando. Pode ser que diante das incertezas, sua candidatura definhe à medida que outros partidos simpáticos partam para candidatos próprios, como já é o caso do PC do B.

Agora à noite dei um trato no pulverizador Brudden pois quero aplicar herbicida lá no lote do Felipe, o calorão e a chuva trouxeram o mato com muita força.

O Domeio está em SP fazendo curso de panificação germânica. Domingo ele aproveitou para visitar padarias de Sampa. Uma delas foi a Basilicata, no Bexiga. Deve ter se esbaldado.


quarta-feira, janeiro 24, 2018

Final de uma era ou nascimento de um mártir

Em poucas horas começa o julgamento do recurso em segunda instância daquele que sempre me causou náuseas e até medo. Apesar da história registrar abundantemente tudo o que ainda não sei que acontecerá, ela não estará registrando este meu momento em que não sei se prefiro o golpe de misericórdia à sua insolente pretensão eleitoral ou que lhe seja dada uma oportunidade, com a adorável possibilidade de uma derrota nas urnas. Acontece que, ao contrário de muitos, sinto que enorme parte da monumental corrupção foi para construir a imagem de um gigante e, mesmo falsos gigantes, não tombam facilmente da memória dos ingênuos. Assim, soa agradável sonhar com uma extirpação sanitária preventiva.
Será uma quarta de encher o saco, tipo dia de queda de aeronave grande, o noticiário insistente, superproduções antológicas, manifestações, e o resto do mundo congela.
O mais interessante é que sinto a sombria presença de um pedido de vistas no ar. Que porre! 

Sobre a impossibilidade de pedir desculpas.

-Alô.
-Oi, estou saindo de volta para casa agora.
-O que vocês estavam fazendo?
-Jantando.
-Você sabe que já são 10 prás onze?
-Só percebi agora.
-Boa viagem.