sexta-feira, dezembro 06, 2002

Impressionante a clareza com que observei a alteração da minha pressão diante de fatores emocionais.
A conversa com meu filho foi cordial e serena. Como estava sendo monitorado pelo "mapa" < medidor ambulatorial de pressão arterial > pude perceber que minha pressão que estava em 14x8 subiu solenemente para 16x10. Imagina se estivéssemos brigando!
Ontem consegui falar com o mais velho.
Foi um monólogo onde ele escutou sem manifestar emoções.
Disse apenas que quando for oportuno vai se pronunciar, que reconhece seus erros e o mal que está causando a várias pessoas mas que antes precisa se "desarmar".

Francamente, se depois de tudo de errado que ele fez, de toda ajuda que vem recebendo ele ainda não se desarmou, quando isso irá ocorrer?

Pai sofre!

quarta-feira, dezembro 04, 2002

Ontem falei com o patrão do meu filho. Ele disse que chegou a mandá-lo embora cerca de um mes atras. Mas ele implorou tanto que ganhou uma nova chance e agora está que é só elogios.
Pedi que ele me ajudasse no desafio de disciplinar suas contas e ele topou, disse que vai aconselhá-lo a baixar o facho e procurar o pai para resolver o problema.

Eu nem imagino o tamanho do problema financeiro dele, esta semana puxei o cadastro dele na Serasa e constam 9 cheques sem fundo, como o cheque é especial fico imaginando quanto ele está devendo no banco.
O pior é que ele, na maior cara de pau, falou que não tem dívidas no banco.

Por que?
Entreguei o monitor cardíaco, o resultado só chega em oito dias.
Os exames de sangue ficam prontos hoje, tem um que vai demorar uma semana
Dia Memorável !

Hoje minha neta fez xixi e cocô sem fralda e no lugar certo.
Ela estava sem fralda e de repente começou a falar "xixi", minha mulher tirou sua calcinha, ela foi até o box agachou e fez direitinho.
Um pouco depois ela foi sózinha, tirou a calcinha e fez cocô, tambem no box.

Evidentemente agora podemos comprar um piniquinho prá ela

terça-feira, dezembro 03, 2002

O Aluízio filho do Zézinho não topou tocar a Chácara do estado de SP.
Acho que ele perdeu uma grande oportunidade.
Vou contratar o Vítor e não quero que o Carrolho ponha mais o pé na roça
O imbecil do Carrolho está pescando escondido no meu lago prá trocar por pinga na venda do Zé Pereira.
O Zé Pereira é o maior gatuno e, pasmem, foi eleito vereador!

É verdade, não tem nada demais nisso.
Esse aparelho acaba com o sossego da gente.
Quero ir logo prá casa e tentar me refrescar e logo dormir.
Dormir com isso instalado. Como?
Até agora está um bom dia, liguei pro meu pai e soube que já começou a obra do alambrado, deve ficar pronta ainda esta semana. O cara tá com pressa sô!
Não entendo minha mulher, concordou que iríamos fazer exame toxicológico nos filhos e agora disse que acha desnecessário. Haja coração!
Ontem fui à cardiologista e batemos um longo papo.
Ela pediu um monte de exames e receitou um tal de Natrilix para segurar minha hipertensão
Hoje já coloquei um tal de router para monitorar meu coração por 24 horas e já tirei sangue para ver tudo aquilo, colesterol, trigliceres,ácido úrico e sei lá mais o quê.
Depois do almoço tenho que voltar para retirar outra amostra de 2 horas após a refeição.
Ontem fiquei sabendo que o Carrolho está pescando no meu lago. Morri de raiva do FDP.

segunda-feira, dezembro 02, 2002

Chuva incrível. Tenho que levar a mulher para uma consulta e nem sei se vai dar prá chegar lá...
Agora fiquem à vontade para julgar.
Como é que fica isso lá na página?
É sempre bom conhecer os dois lados da mesma coisa.
Então aí vai outro lado de uma coisa que já mostrei o meu lado.



Viver

Acordei às 5 e 15, me arrumei, fiquei lendo o livro do cortiço até dez pras seis, (5:50), estava um tempo meio chuvoso, peguei minhas coisas e saí de casa pra ir pro Colégio. Não encontrei a Nat na casa dela, continuei andando, veio a idéia de não ir pra aula, o tempo estava bem melhor, algumas pessoas já tinham dito que não iam à aula mesmo, e as poucas que iam não são lá pessoas que eu goste de estar junto, tinha aula de biologia que é um tanto cansativa, e seria como da outra vez que só teve correção de exercícios, que na outra aula repetiu , enfim resolvi ir pra PA, entrei no ônibus, conversei com a Nan, comentei que queria voltar mais cedo pra ver meus amigos do Grupão, fui dormindo.

Cheguei em PA, andei pela cidade, repensei em ir à aula, vi que já era tarde, estava andando já fazia uma hora, fui para a rodoviária, sentei em um baquinho e li mais uma parte do livro enquanto o tempo passava, chegou a hora de ir, eram nove e meia, no ônibus dormi novamente, quando estava quase chegando aqui ( ) acordei, desci, fui devagarinho pro grupão.

Chegando lá subi as escadas e procurei a biblioteca, encontrei a supervisora, aproveitei pra fazer uma parte do meu trabalho de biologia, ela me perguntou pouca coisa, nem da pequena se falou, disse apenas que o que eu precisasse poderia encontrar num armário que lá estava. Gastei um bom tempo .

Logo que saí fiquei na escada principal pra poder encontrar a Laí, não demorou muito e ela desceu, junto estava a turminha de sempre, conversamos sobre nós, sobre o que andava acontecendo na cidade, como foi a festa da Jú, ela me falou da escola, fomos pra praça, sentamos e ficamos esperando o resto das pessoas chegarem, depois disso, esperei o horário pra ir embora, encontrei uma turma do colégio SM e desci, vim pra casa me preocupando se meus pais sabiam que não tinha ido à aula, para despreocupar pensei que não tinha sido nada de mais. O que significou apenas minha ignorância.

Cheguei em casa, parecia tudo normal, só minha mãe que estava um pouco estranha, mas já tinham dias que eu chegava e nem cumprimentar ela cumprimentava, achei normal, brinquei um pouco com a Pequena e me sentei pra almoçar, logo meu pai chega, conversa com minha mãe e se senta também, passado alguns minutos pergunta como foi minha aula, a primeira coisa que me veio foi a aula de Química, que já sabia que não iria ter, então inventei que teve aula da Rosa no lugar dele, só que já me veio na cabeça que ele sabia da arte, não me vinham mais idéias, já havia mesmo mentido, veio um silêncio, perguntei como deveria guardar o carrinho da Pequena, afinal no silêncio não dava pra ficar e continuar mentindo menos ainda. Enfim, minha mãe informou que tinham ligado do colégio pra dizer que não estava presente nas aulas, me senti enroscada, não tinha mais saída, meu pai começou a fazer perguntas, fiquei sem respostas, enquanto eu estava tendo a manhã do jeito que eu queria e da maneira que eu achava que não estava prejudicando ninguém, tinha minha mãe cuidando da Pequena e meu pai trabalhando, sabia que seriam esses os argumentos, e argumentos mais do que justos, o pior de tudo foi saber que menti mais uma vez, e vi que são de coisas muito bobas, que surgem meus problemas, problemas que como disse meu pai, sou eu mesma quem provoco, pra matar minha curiosidade, pra estar juntos de algumas pessoas e longe de outras matei minha chance de conquistar a confiança de meus pais, aí sim descobri que tudo estava perdido, poderia ter feito como o meu irmão que simplesmente disse que não queria ir à escola e ficou em casa dormindo, lógico que sei que tenho outros compromissos e dormindo é que não iria ficar, mas isso também por culpa minha. Bom, depois que meu pai falou tudo que eu tinha que ouvir, fiquei a tarde inteira pensando em cada palavra, parecia que minha vida não tinha sentido, fico o tempo todo me inspirando em outras pessoas pra tentar ter o que quero, pensei no que tenho atualmente, uma filha que nunca quis ter, uma escola onde não queria estar, com pessoas que não queria estar, com amigos que quase não vejo, e quando vejo é as escondidas, tenho também boas roupas, boas fontes de conhecimento, uma casa confortável, com todos os tipos de acessórios que alguém pode querer, mas não estava bem, sempre que estou alegre pensando nos mil passos que dei pra frente, numa bobeira, caio num buraco que me levam setenta mil passos pra tras, pensei no quanto estava sendo egoísta, mas que não dava, não queria mais ter que passar por tudo isso, e mais do que isso, não queria que outras pessoas se prejudicassem por minha causa, tem gente que aproveita tão bem a vida, e eu sei q se não tivesse mentido todas as vezes que menti não teria que levar o tipo de vida que levo, quem não aprende a falar a verdade vai estar sempre andando na direção contrária, não acreditei em mim mesma, porque eu vi o quanto foi difícil daquela vez e mesmo assim eu menti novamente, foi uma coisa boba, mas foi uma mentira, e não importa o tamanho do tempo gasto pra contar uma mentira, mentira é sempre mentira, e se eu não consertar esse meu grave defeito que tipo de vida minha filha vai ter, só que não sabia como fazer isso, foram dias e dias pra chegar até onde estava e num segundo como meu pai disse eu consegui jogar tudo fora, naquele momento eu queria muito que a Pequena estivesse com o pai dela, porque de todos os defeitos que ele tem, nunca mentiu pra mim, e o medo que eu tenho de falar o que sinto, vai saber se ela não vai ter o mesmo? Eu não sei, mas só pode ser muito burra, porque me esqueço que meu ideal não é mais aproveitar a vida e sim ser certa pra ter um futuro certo e dar um futuro certo pra Pequena. Por mais que tenha sempre alguém pior do que eu, eu sei que minha vida poderia ser melhor e não é, tudo por minha falta de comunicação, talvez fosse melhor falar da minha enorme comunicação mentirosa.

Quando deu umas seis horas eu comecei a sentir ( sentir é modo de falar, o certo seria pensar ) muito mais forte o meu desgosto pela vida, a minha raiva por mim mesma, pelo tipo de vida que levo, fui até a cozinha, peguei uma faca, que foi a primeira que encontrei pela frente, sentei na cama, senti muito medo, mas estava determinada, cortei meu pulso e fechei os olhos, pensei em todos os flashs de coisas boas e ruins, vieram todas as pessoas com quem eu passei muito tempo, as vezes que eu errei e que doeu muito em todos os sentidos, veio muita coisa na falta do que pensar, mas sentia desde tarde uma dor muito forte na cabeça, fui ficando estranha, abri os olhos, vi o sangue e me deitei, não me lembro de ter fechado a persiana, depois meu pai falando comigo, me chamando pelo nome, estava toda mole, fui pro banheiro lavei o pulso, os pés que estavam ensanguentados, nem sei porque, sentei na sala, meu pai falou do quanto estava chateado comigo, minha mãe chegou, começamos a conversar sobre tudo novamente, apenas respondi tudo o que me perguntavam, não tinha o que falar, estava tão determinada e de repente me vejo ali sentada, me preparando pra começar novamente minha vida, a qual eu já acreditava estar totalmente perdida, meu pai exigiu que cortasse o cabelo pro meu próprio bem, pra acabar com meu orgulho, não sei mas na hora eu pensei no quanto eles não estavam me entendendo, não ligo pro meu cabelo estar curto ou não, agora tanto faz, só queria que soubessem que parte do meu problema é outro, minhas roupas, eu posso escolher uma pra passar a semana inteira, meu cabelo é sim minha personalidade, é ter alguma coisa que até então era só minha e que eu gostava muito, porque por mais que dessem palpite ele era construído do jeito que eu queria, mas realmente é necessário acabar com coisas que gostamos pra darmos valor em outras coisas ou pra simplesmente esquecermos as coisas boas e começarmos a pensar nas coisas que realmente têm importância, não posso discordar, cabelo novo vida nova.

O dia foi horrível, ainda não cheguei a todas as conclusões do que aconteceu, mas a melhor delas está aqui dentro e está sendo novamente posta em prática, falar toda a verdade nem que for pra mim mesma, e aprender a não mentir, tenho que saber sair das situações difíceis pelo caminho certo e não pelo mais fácil.

Foi assim...
Domingo 01 de dezembro de 2002

Parece que nem existiu este dia!

Levantei já eram mais de oito e meia, arrumei o quarto como de costume e fui prá sala.
Perguntei prá mulher se queria ir ao supermercado comprar coisas para o almoço e ela disse que preferia almoçar fora.
Lavei o carro de novo pois a chuvinha de ontem meio misturada com a poeirinha de ontem emporcalhou tudo. Dei uma lavada expressa e meu filho ajudou a enxugar. Ficou lindão, o carro mais velho ficou mais bonito que o novo!

Deu a hora de buscar a Jú na rodoviária para almoçarmos. Ela estava vindo prá estudar com o meu filho. Os dois se gostam, já namoraram mas optaram por um relacionamento daqueles que quem nasceu antes da inauguração de Brasília nunca entende.
Almoçamos num lugar que eu não gosto, mas todos os meus colegas estavam lá e no fim até que foi bom. Quente prá burro!
Pediram que eu passasse pela faculdade de engenharia para conhecerem a nova área de convivência. Visitamos e depois fomos tomar sorvete na D. Mariquita.
Chegando em casa, após uma pequena enroladinha de tempo, eu e a mulher fomos até a roça prá ver como estavam as coisas por lá.
Estava tudo bem, aproveitei e consegui cortar a grama nova antes que começasse a chover, ficou lindo!
Colhi pitanga e a acerola minha mulher já tinha colhido. Depois ela tomou banho e fomos embora passando na volta pela roça da D. Terezinha. Lá tomamos uma bruta bronca por estarmos ausentes há tanto tempo. Explicações prestadas, acho que fomos perdoados mais uma vez.
Ganhamos compota de pêssego, ovos caipiras, bolo de milho e saboreamos curau. Nada mal!

Passamos no supermercado e comprei uma peça de contra-file e pães.
Fizemos bife na chapa para o jantar. Todo mundo se deliciou.

Levamos os dois para a rodoviária em tempo de embarcar no ônibus das 22:30 h.
De volta para casa, restava um bom banho e sono. Ainda deu prá assistir a reapresentação do Globo Rural que passa às onze e meia no Futura, mas nem me lembro das matérias apresentas

Este foi o Domingo!
Sábado 30 de novembro de 2002

Acordei com o barulho do salto da mulher. Ela tinha curso de ISO e insisti que fosse de carro. Recusou dizendo que iria à pé e na volta pegaria carona com uma amiga.

Aproveitei um ânimo e lavei a Parati, bem caprichadinho, passando escova de dente na borracha do vidro prá tirar o barrinho que forma da poeira com o sereno. Usei shampoo com cêra prá facilitar a vida e esfreguei bem com escova e sabão os pneus para remover o encardido de marrom que a lama deixa na borracha.
A parte de dentro ficou prá depois, não dava tempo pois tínhamos horário com a psicóloga.

Cheguei lá no horário combinado, quinze prás onze e só saí dez para a uma. Tinhamos muito assunto e o papo rolou numa boa.
Acho que poderemos fazer um trabalho com nossa filha mas combinamos aguardar a virada do ano já que muita coisa está para acontecer, inclusive uma pequena possibilidade de mudarmos de cidade.

Na volta resolvi comprar um celular novo mas a loja estava abarrotada. Era o último dia de uma promoção para ligar de graça em final de semana dentro da mesma operadora nos próximos trinta anos. Bobagem, fui embora.
Quando estava no meio do caminho de volta o cel tocou, era a mulher pedindo prá chegar logo e levá-la de volta ao curso de ISO, última aula.
Deixei-a na escola e na volta resolvi comprar um celular novo mas a loja estava abarrotada. Era o último dia de uma promoção para ligar de graça em final de semana dentro da mesma operadora nos próximos trinta anos. Bobagem, fui embora. Passei pelo barbeiro, dei um trato na cabeleira. Já tinha estourado a hora de cortar.

Almoçei sózinho e logo que terminei chegou meu filho do meio e começamos a conversar, só depois de muito papo ele resolveu almoçar, eu nem sabia que ele não tinha comido ainda. Ficamos conversando até entardecer quando a mulher voltou da aula e sentou-se para comer (de novo).

Saí para levar minha filha à cabelereira, voltei à loja do celular para ver se tinha diminuido o movimento, desisti de comprar aquele celular e naquele dia e naquele lugar. Aluguei um dvd - A Era do Gelo - , voltei prá casa e assisti. Que barato!

Depois da janta chegou uma hora que deu uma moleza danada então eu fui deitar, quando menos esperava era meia-noite e me acordaram para levar o filho pro baile de formatura de uma escola daqui.

Não sei se era isso que eu esperava deste sábado mas foi assim.