sexta-feira, janeiro 31, 2003

Ontem falei com meu pai e ele está legal. Fez a aplicação de laser na vista e correu tudo bem.
Esteve no ortopedista que observou a radiografia de sua coluna e disse estar muito judiada. Tem começo de hernia de disco, bico de papagaio e tudo mais.
Recomendou que não forçasse mais a coluna, evitando carregar peso e capinar.
Aí, as pessoas encontram a gente e logo perguntam : "- Olá, como vai? Tudo bem?"
E a gente, cinicamente, responde que está tudo bem, que a família está ótima e etc.

Tem que ser malabarista ou palhaço neste picadeiro que é a vida.
O email foi exibido no computador dele no dia 30 de manhã.

Até agora sem retorno...
Dia 29 mandei um email pro mais velho assim:


Pai Trouxa

Pra que me fazer de trouxa?
Quem realmente perde com isso?
Eu ou voce?
Neste final de semana vou prá roça, tô morrendo de saudades e deve ter milho verde às pampas pra ganhar uns quilinhos.
Vou falar com o Seu Vitor sobre o jeito do serviço. Ele tem mostrado competência na manutenção do local, eu vou tentar criar uns bichos por lá, já que ele passa lá todo dia.
Quero criar gansos e marrecos.
Hoje parou de chover, choveu a semana toda, sem escalas!
Uma frente de ar seco e quente está sobre a região sul e no Rio Grande do Sul espera-se para hoje recorde de temperatura com 40 graus no interior do estado.
Pelo jeito o milho do Zézinho está com tudo, ele plantou durante a chuvarada, duas semanas atras, dizem que o milho precisa de muita chuva na germinação, pouca chuva durante o crescimento para que as raízes se aprofundem buscando a umidade, muita chuva durante a granação para desenvolver adequadamente as espigas e pouca chuva após a granação para secar bem e garantir maior durabilidade ao milho. Haja coincidência!

Já fiz o desenho da planta da casa da chácara, a visão da planta nos dá mil idéias de mudanças para melhorar o imóvel mas meu desejo é preservar como originalmente concebido.
Amanhã é aniversário de dois anos da netinha.
Parabéns a ela e a todos nós que superamos tantas coisas até esta data!

quarta-feira, janeiro 29, 2003

Estou tomando um chá de Uva Ursina, a minha tia disse que é Uva Ursina mas eu desconfio que é outra planta pois vi na internet que a legítima é muito diferente.
O fato é que eu não morri e estou mijando prá burro e bem clarinho como manda o figurino.
Ontem vi as propriedades do chá de folhas de oliveira. Tem oliveira lá na chácara e eu vou trazer folhas prá uma amiga que tem fibromialgia, dizem que a oliveira é eficiente contra esta doença.
A Parati ficou boa demais!
O cano de descarga está totalmente limpo, inacreditável!
Já andei 1500 km depois da revisão, está ótima.
A Ju pediu pra eu produzir uma PCI prá ela. Ela mandou a imagem mas tem tanto erro que gastei quase meia hora tentando dar umas dicas pelo telefone.
Pelo jeito o professor dela é um asno que mandou adotar certas soluções absurdas que comprometem a segurança do circuito.
O problema é que colocam para ensinar um cara que nunca botou a mão na massa. Isso é muito ruim!
Meu mais velho sumiu!
Se você está me achando com cara de trouxa saiba que eu sou um grande trouxa mesmo e essa trouxisse se chama amor paterno.
O pior é que não sei como descolar o amor paterno do ser trouxa.
Será que vou morrer assim ou será que ele vai cansar de me fazer de trouxa?
Talvez este fim de semana eu vou matar a ida à chácara para dar uma atenção ao sítio, ele está muito tristinho e sentindo minha falta, se bem que na semana passada eu fui lá durante o almoço e cortei a grama e dei uma geral. Só faltou alimentar as carpas mas com a chuvarada que está caindo acho que tem muito material prá elas.
Hoje fui à farmácia e medi minha pressão arterial, 12x8, está ótima. Estou desobedecendo à cardiologista e interrompi um dos remédios, mas vou confessar meu crime ao outro cardiologista e ver o que ele diz.
E aí, eu perco a compostura e vão dizer que eu sou ruim, mesquinho, autoritário, etc.
Ou então criticando a forma como foi feito...
Já gastei R$4539,00 com esta estória da chácara. Daqui algum tempo, depois de tudo arrumado, vai aparecer um monte de gente querendo "participar".

segunda-feira, janeiro 27, 2003


Hoje acordei às seis e meia, dei uma volta lá por fora, fixei aquela orquídea na jabuticabeira, polvilhei veneno na lavapé do gramado e fui ajustar com a Dremel as venezianas que estavam enroscando. As venezianas ficaram ótimas e as cremonas agora estão girando completamente. Depois calcei bota e fui consertar a mangueira da bomba, quando cheguei lá descobri que havia uma muda de nonácea sufocada por capim e competindo com uma moita de cana. Resolvi entrar nessa briga, arranquei o capim e a moita de cana. Por fim finquei um bambú como tutor da pobre muda que nessa disputa toda estava completamente deitada e torta. Olhando bem prá ela deu prá perceber que ela até esboçava um sorriso de agradecimento, ficou uma belezinha!
É claro que remendei a mangueira, mas não é um bom serviço, logo vou colocar uma emenda e substituir um trecho dela pois tem um monte de furos remendados.
Por fim colhi umas ramas de uma planta chamada Lindoia à qual se atribui propriedades diuréticas e de desintegração de cálculos renais. Colhi tambem pedaços velhos de caule para formação de mudas que serão doados para nossa empregada que tem sofrido muito com cálculos renais.

Depois de um monte de arrumações de última hora, um bom banho e carro carregado, pegamos o rumo de casa. Na viagem uma novidade, passamos por um trecho diferente, desviando por Corumbataí para fugir do pedágio mais caro, deu um bom resultado, a estrada é esburacada mas dá prá passar bem. Acho que vou usar de vez em quando, durante o dia com tempo seco.
Quando derrubei a árvore morta, encontrei uma orquídea muito diferente que coloquei na jabuticabeira. Depois de ajeitado o jardim comecei a cortar mais grama usando uma extensão adicional que me emprestaram, depois de tudo aparadinho ficou maravilhoso!
O pessoal da ONG almoçou conosco e foi muito divertido, a comida estava deliciosa como sempre, comidinha de fogão de lenha ...
Depois da arrumação do jardim e do corte da grama instalei iluminação automática na garagem, um conforto que você nem imagina!
Todo mundo já cansado, sentamos pra conversar no empoeirado chão da garagem. Eu contei sobre a pintura interna da casa que foi feita por um japonês que usava a mão em punho como um carimbo, impregnava a tinta na face oposta à do polegar e ao "carimbar" a parede o resultado era parecido com uma folha cujas nervuras eram as rugas da mão dobrada. Disse tambem que ele temperava a tinta com cerveja e isso fazia com que o registro na parede se apresentasse como um degradê, melhorando muito o resultado. Por fim, contei que não era só a tinta que era temperada com a cerveja, o pintor tambem.
Quando a conversa estava animada, a minha esposa convidou-nos para tomar uma sopa de missô. É claro que aceitamos na hora, na verdade o que nos esperava era um belo jantar com tudo que era resto do almoço somado a alguns itens novos. Foi uma celebração, comemos fartamente, com muita gente à mesa! Suponho que há muito aquela casa não via tanta alegria e bom humor.
Logo que chegamos comecei a preparar a extensão e em seguida cortei toda a grama ao redor da casa, comecei então a derrubar uma ameixeira seca que estava atrapalhando demais. Deu um baita trabalho porque ela estava encravada entre a casa, a cozinha e uma laranjeira enorme carregada de laranjinhas, só sobrava uma pequena área de grama para ela cair então fui cortando aos poucos, sempre com o auxílio de uma corda amarrada a um pedaço de galho para arremesso. Eu lançava a corda, amarrava esticada em uma outra árvore e serrava até começar a trincar, então eu descia e puxava a corda para terminar de cair. Mas valeu a pena, o local desobstruído ganhou nova vida.
A cama chegou lá pelas tres da tarde mas só montamos na hora de dormir e a hora de dormir foi às cinco da manhã porque fiquei ao telefone com minha prima das nove de pouco da noite até quatro e tantas !

Acordei às oito no domingo e quando estava esquentando o corpo separando uma muda de mamão para transplante a mulher chamou para irmos ao supermercado comprar óleo e outras coisas que havíamos esquecido, e que era para ir logo antes que não desse mais prá ir. Aprontei-me rapidamente e na subida deixei a chave com o pessoal da ONG que iria fazer um mutirão de arrumação da sala.
Logo que voltei do super, a mulher pediu uma passarela para ligar a garagem ao passeio que leva à casa. Como tinha um monte de pedras resgatadas do meio do mato, eu as aproveitei e assentei-as no capricho, na linha de pedreiro, e plantei grama nos vãos para arrematar bem o serviço. Em seguida capinei o jardim e replantei uma folhagem fazendo o contorno da passarela, ficou muito legal.
Acabei de chegar da Chácara, fui no dia 24/01/03 sexta e hoje saímos de lá eram mais de dez da manhã.
No sábado pela manhã fomos para o centro tomar algumas providências como comprar tinta para serigrafia, cópia de chaves, compra de material para extensão elétrica, compra de uma cama de casal usada e lavar o carro.
Fomos lavar o carro porque o dono do posto ofereceu em cortesia uma lavagem com aspiração, como perder a oportunidade?
Enquanto o carro era lavado fomos ver os preços de carros usados, minha mulher adora o Peugeot 106 mas o danado é bem carinho, mesmo usado!
Depois disso tudo fomos ao supermercado e compramos um monte de coisas gostosas e bastante fruta.

Minha mulher deu uma sugestão genial, que no local de um depósito em ruínas, seja aproveitada a base para a construção de uma pequena capela ecumênica. Fica bem ao lado da entrada da chácara e as dimensões são ideais para isso. Mais tarde conversei com o Hiro e ele adorou a idéia, sugeriu o uso das técnicas de Taipa desenvolvidas pela USP na reconstrução.