sexta-feira, junho 17, 2005

No meio do caminho tem um palco.

Sexta-feira, o palco continua lá, incólume. Parece até que olha para mim com arrogância, estimulada pela brisa, a lona branca que o recobre parece fazê-lo bufar provocativamente deixando-o mais atrevido enquanto entope o meu caminho.
Pela minha cabeça cheguei a pensar em uma missão diferente, pegar minha Esab, um punhado de eletrodos e soldar todas as suas uniões e parafusos, ratificando sua insistente vontade de permanecer em meu caminho. Se com 18 estivesse já o teria feito mas aos 46 prefiro caminhos menos audazes. Fui então à PM e decobri que por lá o alvará nem passa, só um requerimento para o alvará é lido e comentado pelo policial em comando que apenas apõe ao papel o caminho a ser trilhado em função das características do evento. Voltei à prefeitura e desta vez encontrei uma boa alma que recomendou que eu procurasse em outro prédio pelo responsável pela Infra-estrutura, um tal de Perrota, mas não o encontrei naquele horário e fui informado que lá estaria após as 15:30.
Minha filha já de malas prontas para visitar o avô embarcou no ônibus das 15:45 h e de lá eu voltei à procura do tal Perrota que atendeu-me com muita cordialidade e após tentar localizar o tal documento informou-me, muito constrangido, que não há o menor registro daquele ou de qualquer outro alvará concedido. Se alguem quiser saber o teor de um alvará daqui tem que pedir ao próprio requerente que por sua vez pode recusar a apresentá-lo a qualquer um que não seja uma autoridade constituida.
Rindo de nossa lamentável condição eu o Perrota nos despedimos combinados de tentar uma manobra diferente para qualificar a violação dos termos do tal alvará que, de cabeça, ele lembra não permitir a interrupção do transito: eu solicitaria a presença de uma viatura para identificar a presença do palco no meio da rua, o policial pediria o alvará ao organizador da festa e caso não estivesse prevista a obstrução seria lavrado um B.O. baseado na violação dos termos do alvará.
E assim foi feito.

Faltou explicar a questão fundamental: porquê o tal palco não foi desmontado logo após a festa?
A resposta é simplesmente inquietante: Mantiveram o palco para a festa junina de uma escola das proximidades que preferiu fazer sua festa na área da igreja como forma de ludibriar a lei federal que impede festas em escolas com venda de bebidas alcoólicas!

É mole ?

quarta-feira, junho 15, 2005

tem um palco no meio do caminho ..

Dirigí-me à prefeitura e a moça do protocolo passou-me um nome de requerente de alvará que supostamente foi para a Igreja de Fátima: um tal de Nelson Pereira de Souza, alvará para eventos requerido no dia 9 de junho.
Como queria ler ou obter uma cópia do teor deste alvará e a tesouraria só abre no período da tarde, após as 13:00 voltei aos meus afazeres e após o almoço fui atendido e para minha surpresa informaram que naquele local não havia cópia de alvarás e indicaram que procurasse seu teor na Polícia Militar, Polícia Civil ou Conselho Tutelar.
Hoje não vai dar para continuar este garimpo, o palco continua no caminho e amanhã eu dou prosseguimento a esta via crucis.

terça-feira, junho 14, 2005

No meio do caminho tinha um palco..

Para a insolente festa junina da Igreja N. Sra. de Fátima foi montado uma enorme estrutura metálica como palco de apresentações de pseudo-artistas que tentam aos berros interpretar músicas que falam de sexo, traição, drogas e até de amor mas nunca de religião ou canções tradicionais juninas. Nada contra já que os frequentadores parecem culturalmente ajustados a este repertório.
Curiosamente o palco continua montado desde o final das comemorações no domingo e já é terça-feira. Tentei então registrar uma ocorrencia da irregularidade através de um B.O. na Polícia Militar mas fui informado que aqui os assuntos de trânsito e alvarás de festas é assunto exclusivo da prefeitura.
Ligando para a prefeitura a recepcionista supôs que o assunto seja da Infra-estrutura e passou-me um outro número que está permanentemente ocupado.
Amanhã tentarei tratar pessoalmente disso.

segunda-feira, junho 13, 2005

Namorados

Cumprindo promessa da semana anterior neste final de semana fomos passear só eu e a minha mulher. Saímos no sábado bem cedo e seguimos por estradas de terra até uma pousada perto de Itanhandú, só que antes de nos hospedarmos passeamos o dia todo indo a Pouso Alto, Itanhandú e Passa Quatro onde conseguimos aproveitar um passeio de Maria Fumaça que saiu de lá às 14:30, seguiu até o túnel da divisa com Cruzeiro no estado de SP e retornou no finalzinho da tarde.
A pousada não era grande coisa mas tinha um certo charme, jantamos espartanamente uma pizza em Itanhandú e curtimos umas intimidades depois.
No domingo fomos para Itamonte à procura de trabahos em tear e descobrimos que os artesãos de tear da cidade são de uma localidade chamada Campo do Meio, na área rural, situada a 30 km do centro e entre uma conversa e outra descobrimos que havia uma interessante opção de trajeto chamada "volta dos 80" que é um caminho de beleza ímpar de cerca de 80 km na sua maior parte quase intransitável e em terra. Optamos então pela tal volta e não deu prá se arrepender de jeito nenhum. Foi espetacular!
Nesse caminho descobrimos uma pousada muito, mas muito, legal mesmo e com preços interessantes. Já a incluímos no nosso próximo roteiro e depois conto como foi.
Foi muito bom, aproveitamos demais e curtimos, ou melhor, curtimo-nos de montão.

Que dia dos namorados!