sábado, maio 15, 2004

Mais um sábado de chuva !
95,2

Hoje adordei animadão para terminar o serviço da testeira da fachada. Vi que estava bem nublado mas mesmo assim vesti meu fedido macacão azul, separei as ferramentas e fui para a garagem. Mal comecei a mexer com a madeira e após o segundo corte começou a pingar.
Na tentativa de continuar o serviço de qualquer forma, comecei a colocar algumas telhas onde ainda não foram embocadas, na tentativa de estancar as primeiras goteiras e preservar o piso seco mas não dei conta, a chuva tornou-se intensa e começou a molhar tudo. Só deu tempo de recolher as ferramentas e abrigar melhor as madeiras.

Durante toda a manhã choveu bastante e persistiu até a noite, apenas com um brevíssimo período de estiagem que nem chegou a dar tempo para animar.

Já que estava chovendo, aproveitei para estudar a nossa ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) e, lendo a documentação do nosso licenciamento ambiental, descobri uma ambiguidade entre o projeto proposto e o local da implantação, o projeto cita que a ETE não pode ser instalada onde está prevista. Preparei então um email para o consultor solicitando uma definição pois acho que será necessário retificar o projeto descrito no licenciamento.
Aproveitei tambem para lançar alguns talões no controle de cheques emitidos.

Almoçamos bife com legumes e convidei o Maisvelho para irmos até o sítio amanhã a pé pelo caminho da serra, se o tempo colaborar, é claro. Ele topou e se tudo correr bem acho que vai ser muito legal.

sexta-feira, maio 14, 2004

Acho que vou até o Paraná
95,4

Ontem falei com o Marco e ele sugeriu que fôssemos visitar um fabricante de barreiras opticas de infra-vermelho lá do Paraná à busca de uma troca de experiências.

A testeira vai bem obrigado, ontem coloquei mais duas peças e a fachada já tomou forma e está ficando muito legal.

O tempo deu uma baita esfriada e a moda agora é ciclone no sul e e corte de visto de reporter que fala mal do presidente.

quinta-feira, maio 13, 2004

Gente que não olha prá onde está andando
95,8

Muitas coisas me deixam muito irritado mas nada como aquele tipo que anda sem olhar o que está fazendo. Hoje enquanto caminhava para o serviço deparei-me com uma figura dessas, era uma mulher que atravessava a rua em rota de colisão comigo, ela estava olhando para a sua direita e não percebia minha aproximação e eu mudei meu caminho tentando passar por detrás dela mas, de repente, ela parou e quase que nos chocamos.
Estou comentando isso porque o incidente de hoje é a perfeita metáfora da vida de muitas pessoas, elas nunca estão atentas ao que estão fazendo e seu caminho se torna tortuoso e como se não bastasse acabam por atrapalhar o caminho dos que estão por perto. Certamente eu poderia citar uma porção de nomes mas realmente não vale a pena.

O Poder de Destruição Infantil

Observava a Neta quando ela encontrou sobre a escrivaninha um par de fones de walkman. Pegou-os, observou, segurou um auricular com a mão esquerda e outro com a outra mão, voltou a analisar e começou a afastar um do outro ...

quarta-feira, maio 12, 2004

Vai ter garapa !
96,2

Fechei negócio com o Flávio, dono da máquina de moer cana. Falei com ele ontem pelo telefone que aproveitou e contou-me uma curiosidade: disse que vendeu, recentemente, um Fiat 147 com 38.000 km originais, vendeu para um colecionador de São Sebastião e ele está em Santo André.
Ontem continuei com o serviço da testeira e já dei acabamento nas pontas de vigas que ficaram lixadas e com a primeira demão de Polysten aplicada, está ficando muito bom e hoje devo começar a recortar as testeiras e pregá-las.
Até sexta pretendo deixar pronta a parte frontal em seguida vou fazer as do fundo e as da frente do bloco da casa.

A cobertura Zetaflex está ficando muito boa e hoje vou procurar por telhas de policarbonato para fazer o contorno translúcido.

A Caçula perdeu hora hoje e seguiu no segundo ônibus.

Meu braço não está se comportando nada bem hoje, está muito dormente em qualquer posição que eu esteja.

terça-feira, maio 11, 2004

Garapa !
97,8

Acho que consegui comprar uma máquina de moer cana elétrica maravilhosa!
Tem bocais e canaleta de inox e excelente sistema de engrenagens. Vai ficar uma mamata tomar garapa lá na chácara. Eu digo que acho que comprei pois o vendedor é meio inexperiente em leilão pela internet e está atrapalhado no encerramento do leilão.

Voltei há pouco do RPG e o Dr. Gustavo judiou um bocado. Não tenho observado melhoras mas tenho certeza que será necessária muita paciência.

A tosse da Neta está muito resistente, esta noite coloquei um aquecedor no quarto dela e acho que deu resultado, parece que não teve nenhuma crise de tosse durante o sono.

Falei tanto do menino espancado que esqueci de falar do dia das mães. Todos os filhos estavam presentes e foi muito legal, almoçamos picanha pré-assada na brasa, fatiada e sapecada na chapa, ficou bom demais. Ela ganhou um anel de pérola aladeada por dois minúsculos diamantes que a deixou muito feliz, mas o que ela realmente curtiu foi a família completa.

segunda-feira, maio 10, 2004

A criança espancada e o nosso senso da realidade
98,6


Ontem a realidade tocou-me de leve e percebi que vivemos na Disneylândia onde a fantasia de nossas vidas privilegiadas nos afastam da dolorosa vida real.
Sempre ouço falar de espancamento de crianças e de como a sociedade se mune de leis para defender os indefesos. Pois bem, ontem estava no sítio, já era tardezinha, acabara de cortar o gramado do Lago 3 e estava começando a recolher o equipamento quando a figura de um menino ensopado de lágrimas surprendeu-me.
Ele dirigia-se a mim chorando muito e pedindo auxílio pois não queira mais apanhar do pai.

Ainda meio perdido olhei ao redor e vi minha esposa próxima ao carro sob o salgueiro e a distância impediu a visão de sua feição, mas percebia que ele já havia passado por ela e a abordara.

Prestei atenção aos seus lamúrios e convidei-o a sentar na varanda da casa onde estávamos. Sua firme intenção era de seguir para a cidade e procurava um transporte, dizia que seu pai era violento, que o surrava sempre que se embriagava e que, como estava bêbado, certamente iria apanhar.

Eu tentei acalmá-lo e convencê-lo de que ter uma família ruim era muito pior do que não ter família, tentei esclarecer que um menino de 8 anos não teria chances na cidade e que poderia expôr-se a enormes riscos nas mãos dos pilantras de plantão. Nada funcionava pois ele percebia que todo aquele meu discurso era para dizer que eu queria que ele voltasse para casa onde mais cedo ou mais tarde voltaria à rotina das surras.
Ao longo do papo ele perguntava se eu iria levá-lo de volta ao pai e ao saber que minha intenção era essa, por várias vezes ameaçou ir a pé até a cidade (12 km). Na sua mente infantil ele só sabia que qualquer coisa seria melhor do que o martírio de viver junto ao pai mesmo quando, ambiguamente, declarava que o amava.

Depois de esgotar toda a minha paciência em negociar disse-lhe que eu estava oferecendo a única ajuda disponível, a do caminho legal: acionar o Conselho Tutelar ou a Polícia e fazer com que ele retornasse com alguma segurança ao lar. Caso declinasse desse auxílio que tomasse seu caminho e fizesse o que tinha em mente ou o que achasse melhor. Eu nunca tive muito tato com crianças..

Valentemente, o menino foi-se e eu dei de ombros e continuei os preparativos para voltarmos para casa.
Quando estávamos fechando a casa eis que o menino volta aceitando meus termos. Fiquei aliviado pois mesmo sabendo que o guri não faria uma grande loucura, tinha minhas dúvidas e minha consciência atormetava.

Embarcamos o garoto no carro e seguimos para o sítio do Seu Ditinho à busca de informações sobre a família do jovem. Lá ninguem o conhecia mas recomendaram que consultasse o Seu Vitor, supostamente vizinho do menino. Na casa do Seu Vitor ninguem atendia, já estavam dormindo mas seu filho que mora em frente ouviu e foi acordar o pai.
Para meu desapontamento, recebi a informação de que o homem era realmente violento com o filho e que os vizinhos viam tudo mas acovardavam-se diante da situação.

Enquanto estava em frente à casa do Seu Vitor, o pai passou por nós a pé e decidimos manter o menino escondido no carro evitando que houvesse qualquer precipitação.

Com a confirmação da conduta violenta do pai, telefonei para a polícia e programamos um encontro com a viatura na estrada para ganhar tempo e privacidade e assim foi feito, fizemos um B.O. e pedi ao Cabo que informasse ao pai que eles voltariam durante a semana para falar com o menino e saber se estaria preservado. O Cabo disse que trataria o assunto com carinho e que tambem acionaria o Conselho Tutelar daquele município visto que o pai era morador recente vindo de uma cidade próxima onde, segundo o garoto, o Conselho já havia sido acionado.

Entreguei o garoto à autoridade mas antes dei-lhe um abraço desejando que tudo desse certo mas alertei-o de que nada do que fizemos garantiria que ele não seria espancado novamente mas que era o único caminho a ser seguido.

Desde ontem tenho pensado na triste vida desse garoto e como poderei ajudá-lo.