terça-feira, novembro 05, 2002

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segunda-feira, novembro 04, 2002

Estou à pé e a chuva parou, já dá prá ir embora, esta é a primeira semana de horário de verão, são sete e quinze e ainda está claro lá fora.
O dia não rendeu nada, estive o tempo todo um Zumbi mal ressucitado. Como é que escreve resucitado?
Hoje minha filha foi a um médico de confiança procurar pela indicação de um Psicólogo e minha cunhada veio para tratar os dentes.
Almoçamos num restaurante e o almoço custou R$12 para os tres (bem baratinho)
Ontem plantei oito mudas de Pitanga, cortei a grama do pomar, fiz um trilho para acesso à parte de tras do lago velho, abri um rasgão para drenar a várzea e acho que o viado do vizinho dos fundos aprontou uma que se for verdade eu vou ficar muito P.
O que mais, combati um cacho de Arapuá e repassei graxa nos protetores das mudas.
Ah, tambem colhi Orvalha e fui na casa do Seu Ditinho.
Finalmente meu filho mais velho apareceu e conversamos sobre sua situação.
Tentei fazer com que falasse sobre as despesas do dia a dia mas os valores não convencem ninguem. Veja só, disse que gasta com alimentação R$30 em média por mês, só no restaurante do irmão do Henfil e mesmo assim só uma refeição por dia. Disse também que o celular lhe custa R$10 por mes e com combustível R$60, ou seja R$2 por dia.
Nossa como sou burro! Está tudo claro agora! Quem se alimenta com um real por dia não usa o telefone para pedir uma pizza que consumiria prá lá de dez dias de alimentação e é claro que não gasta gasolina pois seria uma irresponsabilidade dirigir anêmico e faminto.
Não, não é ironia, é desespero, quase insanidade!

Ele passou lá no sábado, dia de Finados, almoçamos juntos tratamos amenidades e num certo momento sua mãe chamou-o para conversarmos.
Como nossos filhos são espertos, eles não falam nada, só falam alguma coisa depois de muita insistência e mesmo assim apenas palavras vagas, nada que cause maiores comprometimentos. Espantosa e a facilidade com que nos colocam na defensiva tentando explicar nossos atos, tentando explicar que não somos pais depravados responsáveis pelo sofrimento de nossos filhos e causadores de inúmeros problemas em nossas famílias. E a gente cai que nem patinho em ringue de tiro. A gente cai por um defeito que nos torna vulneráveis, que nos torna alvo fácil mesmo a quem não é lá tão predador, o defeito se chama amor e faz toda a diferença nessa luta colossal entre genitores e gerados.

Às vezes eu me pergunto se é só o amor que nos humilha tanto. Acho que não, acho que existe tambem um fator de auto-preservação, uma tênue racionalidade proporcionada pela percepção de mais trabalho no futuro caso o problema atual não seja resolvido.

Já sei, chega de lenga-lenga e conta o que deu do papo. Deu que o que ele ganha não cobre suas despesas, mesmo com a infame simulação que fizemos. Nestes valores subdimensionados o déficit de suas contas gera um buraco de 3 mil por ano. A verdade deve ser muito maior.

Esta madrugada perdi o sono às tres. Quem adivinha o motivo?